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Análise: Criança não é brinquedo, maternidade não é obrigatória

Pais decidem ter filhos por diversas razões, muitas delas baseadas em superficialidades que trazem sofrimento à criança

Patricia Lages|Do R7

Mãe e filha
Mãe e filha Mãe e filha

O texto de ontem (Quem é essa criança na minha casa?) suscitou comentários que reiteram o quanto a decisão de ter filhos está cada vez mais banalizada. Chegamos ao ponto de encararmos com normalidade o fato de que não são os próprios pais que cuidam, criam e educam seus filhos, mas sim, avós, babás, professores, internet e até mesmo youtubers.

As justificativas para trazer uma criança ao mundo têm sido muito mais voltadas para suprir os desejos e anseios – e até para tentar resolver problemas – dos próprios pais, o que nada tem a ver com o bebê que será gerado.

“Meu relógio biológico estava ‘gritando’”;

“A gravidez foi uma tentativa de salvar meu casamento”;

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“Minha família cobrava demais e acabei cedendo”;

“Nenhuma mulher é realizada se não viver a experiência de ser mãe”;

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“A mulher que não tem o desejo de ser mãe nem sequer merecia ser mulher.”

E as poucas mães que se programam para fazer da maternidade seu principal projeto de vida são taxadas de “Amélias”, “retrógradas” e todo tipo de adjetivo que as ridicularize e as diminua. Afinal, “toda mulher dá um jeito de fazer tudo”, não é mesmo? Não. Obviamente que não.

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Eis aqui uma triste prova apresentada pela educadora Eliane Maria Sales em um comentário publicado em meu blog: “Como professora dos anos iniciais, já tive que dizer para uma mãe que a filha de sete anos tinha sérios problemas de visão. A mãe não acreditou, mas a levou a um especialista. A criança estava quase cega. Como você tem um ser humano por sete anos em sua casa e não enxerga suas necessidades básicas?”

E eu acrescento outra pergunta: Quem estava mais cega neste caso?

Para terminar, deixo a reflexão da leitora Mônica Andrade de Mattos aos pais que percebem que estão negligenciando os próprios filhos pelos quais são inteiramente responsáveis:

“Valores são aprendidos em casa, na família, na convivência, no dia-a-dia, a criança assimila por meio das práticas de convívio e conduta dos pais. Valores não se compram nos balcões da farmácia, em gôndolas dos supermercados ou nas lojas do shopping. É um árduo exercício diário, mas coisas do mundo estão aí para trabalhar no sentido contrário.”

Aproveitem enquanto é tempo, invistam no que realmente importa, não negligenciem aqueles que dizem amar incondicionalmente. Amar é fazer sacrifícios pelo outro, exige entrega, abnegação e perseverança. Não sejam cegos para esta realidade.

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