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'Tira esse short': mulheres relatam assédio no caminho para academia

Pesquisa realizada pela Smat Fit revelou que 45% das mulheres já foram assediadas durante o percurso para o local onde praticam atividade física

Viva a Vida|Do R7

Mulheres contam que mudam o caminho para evitar o assédio
Mulheres contam que mudam o caminho para evitar o assédio Mulheres contam que mudam o caminho para evitar o assédio

O medo de andar na rua é um consenso entre as mulheres, e o assombro se torna ainda maior quando está relacionado ao percurso para a academia. Uma pesquisa realizada pela Smart Fit revelou que mais de 60% das entrevistadas já deixaram de usar alguma roupa de ginástica por medo de sofrerem assédio e outras 54% já ouviram algum comentário desconfortável, como "tira esse shortinho" e "vai pra onde com essa bunda?". 

O levantamento foi feito com 1050 mulheres de todo o Brasil, com idades acima dos 18 anos e de todas as classes sociais. Desse número, cerca de 85% vai a pé e 45% já se sentiu assediada durante o caminho. Já 50% afirmou que costuma mudar a rota até o local onde praticam atividade física por medo de acontecer algo no percurso.

Camila já deixou de treinar por medo do assédio na rua
Camila já deixou de treinar por medo do assédio na rua Camila já deixou de treinar por medo do assédio na rua

A maratonista Camila Serakides, de 30 anos, viu seu desempenho nas corridas ser prejudicado pelo medo. Durante a preparação para as maratonas, a atleta precisa passar por treinos de quilometragem mais longa e, para não ser afetada pelo sol, o recomendado é correr durante a madrugada ou no início da manhã. Mas nem sempre ela consegue.

“Já tiveram várias vezes que deixei de ir treinar nesse horário, justamente porque eu não queria correr o risco de ser estuprada na rua. Às 05h da manhã é quase madrugada, o medo de não voltar pra casa é real”, afirma.

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O cenário não melhora quando Camila vai para os treinos na academia. Durante o percurso, constantemente a atleta precisa mudar o caminho ou repensar a roupa que vai sair de casa. “Tem uma oficina mecânica perto da minha academia e todo dia os funcionários inventam uma coisa diferente para poder falar pra mim, uma situação completamente constrangedora. É um tremendo absurdo ter que usar uma roupa maior para não ser assediada”, conta.

Quando o assédio vira importunação sexual?

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A advogada Tainara Oliveira explica que a Lei de Importunação Sexual só pode ser aplicada quando é praticado um ato de cunho sexual não consensual contra a vítima, como toques inapropriados ou o “beijo roubado”, por exemplo.

“Já existem entendimentos de que a lei não engloba a cantada como importunação sexual pois falta a prática do ato libidinoso, que não ocorre com a cantada por pior que seja”, esclarece.

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