Muitos grupos que defendem a taxação de grandes fortunas para vencer a crise econômica tentam aprovar seus projetos em meio à pandemia. A argumentação é que tributar os mais ricos atenuaria os problemas atuais (inflação, desemprego etc.). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no país ainda atinge 14,1 milhões de pessoas.
Apesar desse cenário, o governo se posiciona contra a ideia. Para aliviar o caixa das empresas, a Receita Federal está, inclusive, possibilitando o atraso do pagamento de vários impostos.
Por isso, fica a pergunta: será que aumentar os impostos dos mais ricos diminuiria a desigualdade ou aumentaria o desemprego? Foi esse o questionamento que o programa Fala Que Eu Te Escuto fez aos espectadores nesta quinta-feira.
Reflexões
"O problema em si não é a desigualdade, mas sim a pobreza. As pessoas querem resolver questões complexas com soluções simples. Se o mais rico tiver uma taxação enorme sobre sua fortuna, ele não vai deixar isso acontecer sem fazer nada... Ele vai buscar se proteger, afinal é o que acontece historicamente. Ou seja, o efeito não seria positivo e aumentaria o desemprego", comentou a jornalista especialista em finanças Patrícia Lages.
Além disso, a definição de grandes fortunas gera muita polêmica. "Quem seriam esses mais ricos? É um absurdo, porque o Brasil não tem mais espaço para o aumento de impostos, todos pagam impostos excessivos", acrescentou o advogado Leonardo Júnior.
Para o empresário Paulo Locatelli, essa medida não é inteligente. "O efeito dessa ação é negativo porque só desestimularia o empresariado, que já sofre com muita burocracia. Muitas empresas já deixaram o Brasil por causa do excesso de impostos. Então, com certeza, se fizessem isso, o número de desempregados aumentaria."
O programa Fala Que Eu Te Escuto é exibido de terça a sábado pela Record TV, a partir de 0h45. Quem se encontra em outros países pode assistir pela Record Internacional ou pelo Facebook.