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Pesquisa defende vacina prioritária para área da gastronomia

Pesquisadores da Universidade da Califórnia revelam que trabalhadores da área da alimentação têm mais risco de morrer de covid-19 do que a população em geral. Entenda.

É de comer|Do R7

Os salões fecham, mas as cozinhas não param. Enquanto donos de restaurantes lamentam as novas restrições impostas em vários estados brasileiros (principalmentem em SP) por conta do coronavírus, uma nova pesquisa revela o que está por trás da boqueta dos restaurantes: esforço e maior risco - com ou sem portas abertas aos clientes.

Pesquisadores sugerem que cozinheiros sejam parte do grupo prioritário da vacinação (foto pré-pandemia)
Pesquisadores sugerem que cozinheiros sejam parte do grupo prioritário da vacinação (foto pré-pandemia) Pesquisadores sugerem que cozinheiros sejam parte do grupo prioritário da vacinação (foto pré-pandemia)

Os analistas de dados da Universidade da Califórina, nos EUA, descobriram que, em comparação ao período pré-pandemia, as mortes entre profissionais da área de alimentação sofreram um aumento de 39%. Outras áreas como transporte e logística (aumento de 28%), serviços (aumento de 27%) e manufatura (aumento de 23%) também foram afetadas. Mas é na gastronomia o impacto mais evidente no país que lidera o ranking pandêmico em número de casos e mortes.

Os trabalhadores com maior risco de contrair covid-19 são cozinheiros, padeiros, agricultores e empacotadores dos alimentos que são transportados por navios. Entre eles, há ainda um recorte mais dramático – a mortalidade foi 36% maior entre os adultos latinos - via de regra, mais pobres nos EUA. Os dados foram analisados no estado da Califórnia entre março e outubro de 2020. A pesquisa foi publicada na revista Nature e revela ainda que o risco de morrer entre esse pessoal aumentou com a reabertura da economia - de 20% saltou para 40%. 

Não estou aqui fazendo uma defesa do fechamento dos restaurantes. Acho que, no Brasil, é uma solução inviável e de pouca eficácia para controlar a pandemia. Pra cada local que segue as regras fechado, há um clandestino em que a farra da covid-19 rola solta. Infelizmente é o país que temos, com a educação que nos foi oferecida ao longo de décadas e isso não vai mudar do dia pra noite. Soma-se a isso a falta de assistência do governo aos donos de negócios. Medidas como redução de impostos e/ou compensações financeiras poderia mitigar a várzea instaurada. Mas de novo, é o país que temos.

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Por outro lado, sou sim a favor de um aumento na proteção individual entre os trabalhadores da gastronomia. Não só eu. Os pesquisadores lá da Califórnia também pensam o mesmo.

Entre outras medidas, sugerem mais equipamentos de segurança sanitária para esses profissionais, mais acesso a testagem e políticas trabalhistas mais “generosas” quando o funcionário apresenta algum sintoma (Pra que esperar o quadro se agravar? Afaste o trabalhador preventivamente e mantenha a remuneração).

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Maior risco para profissionais da gastronomia (foto pré-pandemia)
Maior risco para profissionais da gastronomia (foto pré-pandemia) Maior risco para profissionais da gastronomia (foto pré-pandemia)

Grupo prioritário da vacina

Os pesquisadores californianos recomendam também que esses profissionais sejam inclusos nos grupos prioritários da vacinação: como os idosos e profissionais de saúde. Se olharmos para o ambiente de trabalho de um restaurante ou bar, faz TODO o sentido. Eles vivem fechados em pequenas cozinhas, com aglomeração de funcionários, calor, vapor e por longos períodos ao longo do dia. Os restaurantes não vão e nem podem parar de funcionar, senão quebram. Enquanto os clientes ficam longe do salão, desfalcando o orçamento dos negócios, os funcionários seguem o fluxo, para tentar atender à demanda do delivery. 

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Até agora, não vi nenhum governador ou prefeito falando sobre priorizar os profissionais da área na vacinação. Até porque, a pesquisa foi publicada essa semana e analisa dados norte-americanos. Não sabemos se a realidade é a mesma no Brasil, mas é de se considerar, não? Assim como nos EUA, temos o mesmo tipo de ambiente nas plantas de produção das fábricas alimentícias e também em nossas cozinhas. Temos também uma epidemia descontrolada. Temos igualmente um plano de vacinação ainda sofrendo alterações. Por que não levar em conta um pouco de ciência nesse momento? Será que não vale também fazermos um levantamento?

A íntegra do artigo está neste link, em inglês. Quer saber mais sobre o assunto? Me segue lá, no meu insta, o @ehdecomer

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