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Quem não nasceu para ser mãe não deve ser mãe

Essa visão romanceada da maternidade das propagandas de TV passa longe da realidade, e nem toda mulher vai encarar o desafio de criar filhos 

Blog da DB|Do R7 e Deborah Bresser

Luana e os "sacis": criança dá trabalho mesmo
Luana e os "sacis": criança dá trabalho mesmo Luana e os "sacis": criança dá trabalho mesmo

O instinto maternal é uma invenção social muito bem embalada para dar às mulheres uma função que exige um fôlego que nem todas têm.

A maternidade, apresentada como um dom natural, ou, mais do que isso, uma necessidade, sem a qual a mulher fica "incompleta", não é uma atividade suave e muito menos glamurosa. Essa imagem romanceada é só mais uma das criações do patriarcado. Não é verdade.

Luana Piovani vai a Paris e reclama: "Insuportável viajar com crianças"

O caso da sincerona Luana Piovani, que reclamou com todas as letras de viajar com as crianças, ajuda a despir a maternidade desse véu imaculado e garante aquela dose necessária de realidade. 

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"Não tem nada mais insuportável do que viajar com criança. E olha que eu tenho três. Acho que estou com essa decisão tomada, não dá para viajar com esses sacis que eu pari. De jeito nenhum", disse ela. Luana ainda avisou que, da próxima vez, os três irão de excursão. "Jogo eles lá, pago, dou a mala e pego na volta. Porque não dá, não. Deus me livre", desabafou.

Paciência, como mostra Luana, não brota no cordão umbilical. Ela precisa ser desenvolvida e com muito esforço. Assim como não nasce com o filho imediatamente aquele amor incondicional. Muitas mulheres, inclusive, sofrem por isso, por não conseguirem agir como é esperado delas. Existem aquelas que passam por depressão pós-parto. E a culpa por não terem se tornado magicamente mães maravilhosas é massacrante. 

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Ter filho é um perrengue que nem todas as mulheres imaginam. Amamentar, para muitas, torna-se um sacrifício. É crueldade agir como se todas as mulheres tivessem nascido para ser mães. Não é verdade. Nem todas vão encarar o imenso desafio que é criar um filho. Que é dar o peito durante meses. Perder a libido. Passar noites em claro, tanto quando são bebês, até quando chegam à adolescência, e as mães não dormem enquanto não ouvem a chave virar na porta. 

Não é só essa vidinha tatibitati que aparece na propaganda. É preciso parar com a cobrança para que a maternidade seja uma eterna maravilha. Há momentos em que a vontade é essa mesma, mandar pela excursão e pegar quando voltar. Luana tem toda razão. 

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Mas esta é uma viagem sem volta. Por isso mesmo, ser mãe é para quem quer comprar esse bilhete só de ida para um mundo turbulento, repleto de alegrias, sim, mas de fortes emoções, nem todas boas, algumas desesperadoras.

Caso contrário, melhor nem embarcar. 

P.S.: Eu adoro ser mãe. Beijo pro Vico e pra Luca. 

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