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Metam a colher: vizinhos poderiam ter salvo a vida de Tatiane Spitzner

Gritos de socorro da advogada, agredida e supostamente morta pelo marido em Guarapuava, foram ignorados pelos moradores

Blog da DB|Do R7 e Deborah Bresser

Ninguém deu bola pra os gritos de socorro de Tatiane dentro do prédio
Ninguém deu bola pra os gritos de socorro de Tatiane dentro do prédio Ninguém deu bola pra os gritos de socorro de Tatiane dentro do prédio

A morte da advogada Tatiane Spitzner, de 29 anos, vítima da violência de seu marido, Luís Felipe Manvailer, de 32 anos, flagrado pelas câmeras de segurança do prédio onde moravam agredindo a companheira e principal suspeito de tê-la jogado da janela, revela não só os riscos de um relacionamento abusivo, como traz à tona a ausência de empatia que acomete as pessoas em casos de violência doméstica. 

A primeira dúvida que paira sobre o episódio diz respeito às imagens, que flagraram o marido espancando a mulher. Ninguém viu? Nao tinha porteiro olhando aquilo? Não existia uma central de monitoramento? As cenas são explícitas.

Nâo dá para ficar em dúvida de que estava em curso uma briga séria. "Chama a polícia, caramba", como bem falou minha amiga de R7 Sophia Camargo, da coluna O que eu faço, Sophia?. 

A indignação sobre a omissão generalizada de socorro vem se espalhando nas redes sociais. Clau Versolato, advogada como Tatiane e também atriz (ela faz parte do grupo Puveita, que estár em cartaz com o espetáculo Lágrimas de Sol, de 12 e 25 de agosto no teatro Abílio Pereira de Almeida, em São Bernardo do Campo), registrou em seu Facebook seu inconformismo. 

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"Em qualquer condomínio, qualquer, o povo reclama do barulho do bebê chorando, do vizinho transando, do aspirador de pó, do barulho do salto, do vizinho respirando, reclamam de qualquer ruído, tocam a merda do interfone e ameaçam chamar a polícia . Ninguém teve a dignidade de tocar o interfone, a campainha, de chamar a polícia ao ouvir um grito de socorro. Ou vários. Talvez por vários dias. O cara entrou no condomínio com o corpo da moça no colo. Isso é surreal. Quem monitora essas câmeras de segurança? Porque né, se fosse adolescente se pegando no elevador já viu né?", escreveu Clau. 

Só li verdades. Também moro em prédio e basta meus filhos reunirem mais do que dois amigos para que o interfone comece a tocar, pedindo por silêncio. Muitas vezes, o vizinho reclamão sequer fala alguma coisa. Apenas fica ligando em casa, incomodando mais do que o bate papo dos teenagers.

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Já reclamaram também de barulho entre as 6h e às 7h da manhã, que, por acaso, é o período em que estão todos levantando e se arrumando para sair, estudar, trabalhar. Latido de cachorro também gera confusão. Música. Tudo, na verdade. As pessoas têm muito tempo livre para cuidar da vida dos outros. Não duvido que isso ocorresse coisa parecida lá no prédio em que vivia Tatiane. 

Na noite em que Tatiane morreu, porém, a vizinhança se fez de surda. E quem ouviu os gritos de socorro não fez nada. Em briga de marido e mulher não se mete a colher, não é mesmo? Então... se alguém tivesse metido a colher e chamado a polícia, provavelmente Tatiane estivesse viva. 

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