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Saque de doações às vítimas das enchentes em SP e a 'lógica do assalto'

Segundo o governador de SP, veículos com doações às vítimas do litoral norte são roubados, mas há quem veja lógica no assalto  

Patricia Lages|Do R7

Saber que algumas doações enviadas às vítimas dos deslizamentos no litoral norte de São Paulo estão sendo roubadas pelo caminho é algo simplesmente revoltante. De acordo com um pronunciamento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), “estão saqueando caminhonetes com mantimentos doados”. Sem dar mais detalhes, o governador disse ter destacado a polícia de choque para reprimir os crimes.

Destruição no litoral norte de SP: doações saqueadas
Destruição no litoral norte de SP: doações saqueadas Destruição no litoral norte de SP: doações saqueadas

Porém, chega a ser ainda mais revoltante saber que há quem enxergue uma “lógica no assalto”, a exemplo da filósofa petista Marcia Tiburi. Apesar de vários sites terem publicado que a afirmação feita por Tiburi em um programa de TV seria falsa, segue a transcrição do trecho da entrevista em que ela responde ao questionamento da telespectadora Natália Oliveira dos Santos, que quer saber sua opinião sobre os altos índices de criminalidade no Brasil:

“Bom, gente, é que fica um pouco irônico o que eu vou falar... E eu gosto muito de falar umas coisas, um pouco assim, do avesso... Eu sou filósofa, então, o meu negócio é fazer pensar. Eu sou a favor de muitas coisas de que as pessoas não são a favor. Então, assim... Eu não vou falar o que eu penso”, respondeu ela, quando foi interrompida pelo apresentador, que questionou: “Você é a favor da pena de morte?”.

De pronto, ela responde: “Claro que não, né? No Brasil não precisa, porque a pena de morte está instaurada. Ela não é legalizada, mas a pena de morte está dada”. Na sequência, outras duas pessoas na bancada começam a debater se ela é a favor de outras coisas, como a legalização das drogas, e, em meio às diversas perguntas, a filósofa solta:

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“É também complicado você dizer: ‘Eu sou a favor ou eu sou contra’. Se eu disser que eu sou a favor, por exemplo, eu sou a favor do assalto!” E, imediatamente, o apresentador pergunta: “Você é a favor do assalto?”. Tiburi responde:

“Eu penso assim: tem uma lógica no assalto. Tem uma lógica no assalto: eu não tenho uma coisa de que eu preciso, eu fui contaminado pelo capitalismo ou eu tô...” Sem terminar a frase, ela continua: “Começa a pensar do ponto de vista da inversão. Eu não vou falar em termos do que que eu sou a favor, porque, assim... Têm muitas coisas que são muito absurdas, e se você vai olhar a lógica interna do processo, você vai dizer: ‘Sabe que isso seria justo dentro de um contexto tão injusto?’. Muitas violências são justas num contexto muito injusto”.

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Novamente, o apresentador a interrompe, mas dessa vez para dar sua opinião: “O roubo famélico, eu não tenho dúvida que é justo!”.

Seguindo a “lógica do assalto” e que “roubo famélico” — praticado por quem alega motivo de fome — é “justo”, podemos concluir que, segundo a filósofia esquerdista, os saques relatados pelo governador não deveriam ser considerados crime.

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Na mesma toada, a deputada Talíria Petrone (PSOL/RJ) e outros sete deputados — todos do PSOL e do PT — estão propondo uma alteração no Código Penal, por meio do projeto de lei 4540/21. Segundo a Agência Câmara de Notícias, o PL dos esquerdistas determina que “não haverá prisão no caso de furto por necessidade ou de valores insignificantes” e que “o furto por necessidade ocorre quando o autor do crime estiver em situação de pobreza ou extrema pobreza e quando o bem subtraído tem o objetivo de saciar sua fome ou necessidade básica imediata sua ou de sua família”.

A pergunta que fica é: será que alguém faminto tem permissão para roubar o que seria destinado a outras pessoas necessitadas, igualmente famintas e que foram vítimas de uma catástrofe natural? Se esse PL estivesse aprovado neste momento e os saqueadores alegassem fome, seria “lógica” a ação, que nem mais se consideraria crime?

O fato é que a esquerda, com seus filósofos, artistas e acadêmicos espalhados por todas as áreas, tem implantado pensamentos “avessos” que, a cada dia que passa, vão se tornando mais “aceitáveis” por parte da população, por mais absurdos que sejam.

É preciso lembrar que vivemos em um país solidário, de pessoas que sempre estenderam a mão ao necessitado e que se comovem diante de tragédias como essa. Mas, ainda que esse não fosse o caso, não existe lógica no assalto, assim como não há justificativa para descriminalizar práticas criminosas e que, obviamente, transformariam nossas cidades em uma selvageria sem precedentes. Estejamos atentos para não nos deixar levar por essa onda de aceitação do inaceitável.

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