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Natal TikTok: família unida de corpo, mas ausente de mente

É cada vez mais comum que as reuniões de família aproximem as pessoas fisicamente, mas as atenções continuem nas telas dos smartphones  

Patricia Lages|Do R7

As redes sociais já provaram que vieram para ficar. Nesses espaços virtuais é possível estabelecer relacionamentos, incluindo profissionais, compartilhar informações de todos os tipos em foto, texto ou vídeo, divulgar produtos e serviços e, claro, se divertir.

Entre as diversas redes disponíveis, o TikTok, da empresa chinesa ByteDance é a que mais vem se destacando nos últimos anos. Segundo o Science and Technology Innovation Board Daily, a “rede das dancinhas” já bateu a marca de 1 bilhão de usuários ativos diariamente.

Geração Tik Tok: fuga das responsabilidades
Geração Tik Tok: fuga das responsabilidades Geração Tik Tok: fuga das responsabilidades

Embora não haja muitos estudos sobre a influência que o TikTok causa ao cérebro dos mais jovens, um estudo conduzido por Bradley Kerr, pesquisador do departamento de pediatria da Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade Wisconsin-Madison, revelou que a “geração TikTok” enfrenta basicamente as mesmas questões das gerações passadas, mas em uma proporção muito maior.

Inseguranças, dúvidas, busca pela própria identidade e sexualidade, fuga das responsabilidades, medos e, claro, comparações, que nas redes sociais vão muito além do círculo de amizades do bairro e da escola.

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Alguns adolescentes entrevistados por Kerr disseram que se sentem incomodados pela natureza “viciante” do TikTok e por não conseguirem largar o celular. Um deles relatou ficar “horas sem perceber”, e reclamou do fato de não conseguir parar de rolar a tela, enquanto diz a si mesmo: “este é o último”. Outro adolescente disse não gostar da sensação de estar sendo “sugado” pelo aplicativo.

Para Melissa Hunt, diretora do departamento de psicologia da Universidade da Pensilvânia, as redes sociais são, de fato, viciantes. “A mídia social é como a nicotina ou os opiáceos. Elas foram projetadas para serem viciantes e, até certo ponto, as empresas que as produzem tentaram suprimir as pesquisas que mostram os efeitos nocivos”, declarou.

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Hunt alertou que é preciso que pais e responsáveis ensinem, supervisionem e monitorem o uso das redes sociais pelos adolescentes. Porém, o fato de não saberem como as mídias funcionam, muitos adultos não conseguem cumprir esse papel e acabam deixando seus filhos acessarem todo tipo de conteúdo, sem uma noção exata da influência que estão causando.

Ao passarem horas e horas, diariamente assistindo vídeos curtíssimos, e que muitas vezes exibem apenas recortes de uma vida aparentemente perfeita, alguns dos jovens entrevistados relataram “não se sentirem confiantes com seu corpo” e acharem “negativo” o fato de verem que outros adolescentes têm “uma família feliz e um cachorro fofo”, enquanto eles mesmos estão longe disso.

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Ao reunir a família para as festas de fim de ano, as famílias têm de enfrentar a ausência de crianças e adolescentes que, mesmo fisicamente presentes, trocam o convívio familiar real pelos relacionamentos virtuais.

Porém, essas ocasiões podem ser oportunidades de oferecer outro tipo de interação e de tentar entender o que os jovens estão buscando nas redes, o que veem de positivo e de negativo e em quê a família pode auxiliá-los.

É preciso aproveitar a presença física para promover uma presença plena, mostrando aos mais novos que sua rede familiar real pode ser tão interessante quanto a virtual. Boas festas!

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