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Análise: Tendência aponta acomodação na carreira profissional

Levantamento da Harvard Business Review revela que 66% dos profissionais não almejam posições de liderança

Patricia Lages|Do R7

Ambiente corporativo em São Paulo
Ambiente corporativo em São Paulo Ambiente corporativo em São Paulo

Nos últimos anos, o comportamento e as expectativas dos profissionais em relação à própria carreira têm dado indícios sobre qual será o maior desafio das empresas em um futuro próximo: encontrar líderes.

De acordo com uma pesquisa da Harvard Business Review, apenas 34% dos entrevistados têm interesse em cargos de liderança, enquanto 7% declararam que o principal objetivo da carreira é ocupar cargos “nível C”, ou seja, cargos medianos.

Mas o que chama a atenção é o que tem causado essa perda de interesse por posições mais elevadas: medo e sentimento de incompetência. As pessoas não se acham capazes de equilibrar vida pessoal e profissional, temem não ter estrutura para lidar com as pressões e sentem-se incompetentes para assumir responsabilidades.

Outro comportamento crescente nos Estados Unidos – e que já começa a ser visto no Brasil – é o “great resignation”, ou grande resignação, que consiste em pedidos de demissão em massa. Para especialistas em gestão de carreira, os principais fatores para essa debandada são: cultura tóxica das empresas, insegurança, pressão por resultado e falta de reconhecimento.

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O ponto positivo é que grandes empresas americanas estão investindo em melhorar o ambiente de trabalho, as remunerações e os benefícios, iniciativa que deve ser seguida pelos demais países onde a prática se repetir. Mas, por outro lado, é preocupante ver o crescimento no número de pessoas acomodadas, que se contentam com um cargo mediano, apenas para evitar responsabilidades e pressões.

Ao longo da História, os grandes feitos da humanidade surgiram justamente do incômodo, da inconformidade e da disposição de pessoas acima que se dispuseram a assumir responsabilidade e vencer as pressões para fazer valer suas ideias.

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Particularmente, sou uma entusiasta do empreendedorismo e acredito que o brasileiro tem talento e criatividade suficientes para crescer profissional e financeiramente trabalhando para si mesmo, sem depender de um salário (onde as empresas gastam muito e os funcionários recebem pouco).

Porém, empreender requer disposição, jogo de cintura para resolver problemas quase que diariamente, saber lidar com as pressões (não apenas de um patrão, mas de todos os clientes) e ser remunerado exclusivamente sobre o que se produz. Ou seja, se essa tendência ao comodismo se concretizar no Brasil, teremos uma onda de mediocridade que afetará a todos nós. Afinal de contas, progresso, crescimento e prosperidade ficam sempre nas prateleiras mais altas, onde quem é apenas mediano não alcança.

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