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Análise: Tempos difíceis fazem pessoas fortes

O provérbio diz que pessoas fortes criam tempos fáceis e tempos fáceis geram pessoas fracas, mas pessoas fracas geram tempos difíceis. Em que fase da história estamos?

Patricia Lages|Do R7

São as dificuldades que forjam pessoas fortes
São as dificuldades que forjam pessoas fortes São as dificuldades que forjam pessoas fortes

Ao longo de toda a história, por mais que o mundo estivesse passando por altos e baixos, tempos fáceis ou difíceis, sempre tivemos pessoas fortes e pessoas fracas. A lição que tiramos do provérbio é que as facilidades realmente geram pessoas frágeis e que são as dificuldades que forjam pessoas fortes e mais bem preparadas para encarar a vida.

Prova disso são os desentendimentos em família por conta de uma herança. Não é preciso que o valor dos bens partilhados seja alto para que irmão se volte contra irmão, filho contra pai, filha contra mãe. O dinheiro tem esse poder de revelar o caráter das pessoas, ainda que elas não tenham feito o menor esforço para construir coisa alguma. É como diziam os antigos: o morto nem esfriou no caixão e as brigas já esquentam o clima.

O que hoje se vê é um grupo crescente de pessoas que agem como se fossem herdeiras do mundo. Ao mesmo tempo que se vitimizam por tudo e qualquer coisa, brigam, gritam e exigem que alguém entregue a parte que lhes cabe de mão beijada.

Quantos não são os que acham que para os outros as coisas são sempre mais fáceis e que se alguém subiu na vida é porque teve condições, oportunidades e a ajuda que elas nunca tiveram. Vivem querendo que aquilo que julgam ser uma injustiça venha ser reparado e que elas, as vítimas, sejam indenizadas por todo mal que o mundo que lhes fez. Vivemos na era da emoção, onde a razão ficou em segundo ou até terceiro plano. Uma época em que muitos acreditam que devem fazer tudo o que o coração sente, sem se preocuparem com certo ou errado.

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Algumas semanas atrás seria inimaginável que um dia veríamos países da Europa, considerada o berço de toda sabedoria e tradição, repleto de pessoas que, diante de um surto de gripe, esgotaram os estoques de papel higiênico... O pânico é um sentimento e quem age movido pelos sentimentos tende a fazer coisas tão estúpidas quanto essa.

As emoções neutralizam a razão e os resultados de quem vive pelo que sente não são os melhores. Ninguém quer sentir desconforto ou dor, mas essas são dificuldades que deveriam ser até mesmo desejadas.

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Lembro-me de uma mãe que levou o filho ao pediatra, pois o menino reclamava de dores por todo o corpo. Pernas, costas, braços, tudo doía, mas não existia nenhum motivo aparente. Depois de uma bateria de exames o médico deu o veredito: “Mãe, não se preocupe com o que seu filho está sentindo, ele está apenas crescendo e crescer dói.”

Que nesses dias de isolamento possamos refletir sobre o que estamos fazendo com a nossa vida e que venhamos aprender – usando a razão – de que é preciso enfrentar dores para sermos pessoas melhores.

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Patricia Lages

É jornalista internacional, tendo atuado na Argentina, Inglaterra e Israel. É autora de cinco best-sellers de finanças e empreendedorismo e do blog Bolsa Blindada. Ministra cursos e palestras, tendo se apresentado no evento “Success, the only choice” na Universidade Harvard (2014). Na TV, apresenta o quadro "Economia a Dois" na Escola do Amor, Record TV. No YouTube mantém o canal "Patricia Lages - Dicas de Economia", com vídeos todas as terças e quintas.

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