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Análise: Previsões para 2024 podem deixar saudades de 2020

Médico epidemiologista prevê o retorno das interações sociais somente em 2024, um ano de gastos excessivos e “overdose” sexual

Patricia Lages|Patricia Lages, do R7

Sociólogo prevê período de libertinagem pós-pandemia
Sociólogo prevê período de libertinagem pós-pandemia Sociólogo prevê período de libertinagem pós-pandemia

Segundo Nicholas Christakis, médico epidemiologista e sociólogo, reconhecido pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, 2024 será um ano marcado pelo hedonismo – a busca por prazer a qualquer custo – em substituição ao distanciamento social que vivemos desde o ano passado e por gastos além dos limites, em contrapartida à cautela que observamos atualmente.

Se as dificuldades de 2020 fizeram a humanidade reavaliar seu estilo de vida, sua forma de consumo e até mesmo seus conceitos e valores sobre a vida, 2024 promete ser diametralmente o oposto, colocando todo esse aprendizado a perder. De acordo com a análise de Christakis, baseada no histórico do comportamento humano em períodos pós-pandêmicos, testemunharemos uma entrega total a tudo que possa trazer prazer imediato.

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o sociólogo afirmou que “durante as epidemias, a religiosidade aumenta, as pessoas se tornam mais comedidas, economizam dinheiro e se expõem menos a riscos”. Essa seria uma repetição de comportamentos observados em épocas semelhantes há centenas de anos e, o que se espera para um futuro próximo, é uma “entrega implacável às interações sociais” o que inclui uma espécie de “ninguém é de ninguém” no que se refere às questões afetivas e sexuais e um gastar como se não houvesse amanhã, no que diz respeito às finanças.

A tendência é que as pessoas esqueçam completamente dos apertos e dificuldades financeiras que viveram nos anos anteriores – reiterando que o esperado é que os próximos anos sejam mais severos do que 2020 – e comemorem o retorno à “vida normal” gastando além da conta, sem se preocupar com o que vem depois.

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Os rumos que a sociedade tem tomado não deixam dúvida de que os anos à frente tendem a ser piores que os anteriores, mas vivenciar essa transição e tomar conhecimento de previsões como essas nos faz concluir que, por mais moderno que o mundo se declare, a humanidade parece que ainda não quebrou a barreira de regredir em vez de avançar no que se refere à evolução comportamental.

É triste constatar que os discursos sobre consumo consciente, autorresponsabilidade, valorização pessoal e construção da autoestima não vão muito além de palavras, afinal, assim como no passado, ao primeiro sinal de liberdade a tendência é voltar a agir irracionalmente, como se estivéssemos em Sodoma e Gomorra. De que valerão todos os esforços pela preservação da vida e da economia – que traz segurança e tranquilidade – se, na prática, as pessoas continuarão caminhando rumo à autodestruição?

Que as previsões sirvam como um alerta e que promovam uma reflexão sobre o que esperamos de nós mesmos assim que essa pandemia passar, caso contrário, nós estaremos fadados a sentir saudades de 2020.

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