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Análise: Onde encontrar um lugar seguro? 

Muitas certezas de ontem se transformaram em dúvidas e inseguranças hoje e lugares antes considerados os mais seguros do mundo, agora estão desertos

Patricia Lages|Do R7

Até poucas semanas o que mais se ouvia no mercado financeiro eram coisas como: “é preciso incentivar o brasileiro a investir na bolsa, pois os dividendos estão muito atrativos”. Ou como: “os melhores fundos imobiliários são os de shopping centers e grandes empreendimentos corporativos, pois eles sempre terão baixa vacância”.

Mas as quedas vertiginosas na bolsa nos mostraram que a volatilidade do mercado é bem maior do que qualquer um poderia prever. E tanto shoppings quanto grandes corporações, antes repletas de pessoas (e de milhões de reais) circulando, se transformaram em desertos, nos mostrando imagens antes vistas apenas em filmes.

Queda das bolsas mostrou a volatilidade do mercado
Queda das bolsas mostrou a volatilidade do mercado Queda das bolsas mostrou a volatilidade do mercado

A Europa, considerada o continente mais seguro do mundo, contendo países com as melhores classificações de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do planeta enfrenta hoje uma realidade muito diferente. Em questão de poucos dias, a situação do mundo inteiro mudou da água para o vinho. Observe o mapa-múndi neste momento e tente apontar nele um único lugar seguro onde as pessoas possam se abrigar até tudo isso passar. A calamidade atingiu a todos, tanto pobres, que mal têm água encanada e que o simples ato de lavar as mãos é um luxo, quanto para os ricos, que possuem dinheiro suficiente para escolher os destinos mais desejados e se hospedarem nos hotéis mais luxuosos que existem. Para onde irão agora?

Diante de uma situação inédita no mundo, as pessoas têm mostrado quem realmente são. A cada dia vemos nitidamente o quanto muitos têm professado uma coisa, mas praticam outra. A empatia tão falada é sufocada cada vez que muitos estocam alimentos além do que de fato necessitam, pouco ligando se o que sobra em suas casas fará falta na mesa de outros. O oportunismo tem surgido de todos os lados e vai desde pessoas propagando fake news com o objetivo de assassinar reputações das pessoas e instituições das quais divergem, passando por gente mau-caráter a ponto de falsificar álcool gel para lucrar às custas do desespero dos outros, culminando em uma classe de políticos que, mesmo diante de uma situação calamitosa como essa, só tem usado as costas do povo como seus palanques eleitorais.

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O que vejo de positivo em tudo o que estamos passando é que, em um mundo onde as pessoas têm corrido de um lado para o outro descontroladamente, chegou o momento de parar e refletir sobre tudo o que, até ontem, eram certezas absolutas. As únicas coisas que continuam certas neste mundo é a morte e os impostos. Estes não deixarão de ser cobrados nem mesmo nas condições em que o mundo se encontra. E quanto à morte, o que você tem feito para proteger o que está além do corpo? Nós somos corpo, mas também somos alma e espírito, portanto, cuidar de apenas uma parte é relegar as outras. Que cada um de nós saiba dar valor ao todo e àquilo que não morre quando o corpo físico acaba.

Patricia Lages

É jornalista internacional, tendo atuado na Argentina, Inglaterra e Israel. É autora de cinco best-sellers de finanças e empreendedorismo e do blog Bolsa Blindada. Ministra cursos e palestras, tendo se apresentado no evento “Success, the only choice” na Universidade Harvard (2014). Na TV, apresenta o quadro "Economia a Dois" na Escola do Amor, Record TV. No YouTube mantém o canal "Patricia Lages - Dicas de Economia", com vídeos todas as terças e quintas.

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