As instituições de ensino muito escolarizam e pouco educam
Free-Photos/PixabayDesde 2011 tenho atuado efetivamente como educadora financeira usando principalmente as redes sociais como meio de divulgação de conteúdo. De lá para cá, percebo duas questões preocupantes: quanto mais o tempo passa, mais o conhecimento geral das pessoas tem diminuído e, quanto menos idade têm, mais errado escrevem e maior é a dificuldade de interpretar textos simples.
Infelizmente, isso não é apenas uma impressão pessoal, mas sim, a confirmação de várias pesquisas e estudos que vêm sendo desenvolvidos em todo o mundo. John Taylor Gatto, professor americano com mais de 30 anos de profissão e ganhador do prêmio de melhor mestre da cidade de Nova York por três anos consecutivos (1989/90/91), afirma o seguinte em seu livro Emburrecimento programado:
“Temos um currículo oculto cujo objetivo é emburrecer. As escolas ensinam exatamente o que pretendem, e o fazem muito bem: elas são um mecanismo de engenharia social. A culpa não é de professores ruins ou da falta de investimento: injetar mais dinheiro ou mais gente nessa instituição doente fará apenas com que ela fique ainda mais doente. Se queremos mudar o que está rapidamente se transformando num desastre de ignorância, temos de compreender que a instituição escolar serve para ‘escolarizar’, mas não para ‘educar’, e que ‘educar’ e ‘escolarizar’ são termos mutuamente excludentes. É urgente ignorarmos as vozes da televisão e da mídia e recuperarmos as premissas fundamentais de uma verdadeira educação.”
A educação como um todo está passando por um período nebuloso, pois enquanto as escolas públicas oferecem, muitas vezes, menos do que o mínimo, as particulares tratam o aluno como cliente, fazendo de tudo para não perdê-lo, ainda que isso signifique prejuízo no aprendizado. E como se isso fosse pouco, ainda é preciso conviver com a triste realidade da doutrinação socialista/comunista, da imposição de ideologias sem pé nem cabeça e da invasão do politicamente correto, que aceita o errado como se fosse certo para não “traumatizar” o aluno.
Diante disso, todos os anos milhões de estudantes deixam as escolas sem terem aprendido coisa alguma sobre educação financeira, sobre a realidade do mercado de trabalho, seus próprios direitos e o sem-fim de impostos que terão de pagar pelo resto da vida para sustentar tudo o que aprenderam na escola que lhes seria “dado de graça”. Um povo sem conhecimento é um prato cheio para quem decide o que cada um deve, obrigatoriamente, aprender.
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