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Análise: Nova lei impõe identidade de gênero na Argentina

Sob o pretexto de promover a igualdade, motoristas argentinos terão que fazer curso que inclui temas como “patriarcado e heteronormatividade”

Patricia Lages|Do R7

Aparentemente o mundo está mesmo voltado a complicar coisas que, até pouco tempo atrás eram bastante simples. Desde que o automóvel passou a circular pelas ruas, nos idos de 1886, o ato de dirigir vem se transformando ao longo dos anos. Antes, apenas os mais abastados tinham acesso ao novo tipo de veículo, afinal, além de ser um bem bastante caro, era preciso contratar um profissional que soubesse manejá-lo.

A necessidade de motoristas profissionais começou a diminuir assim que as primeiras pessoas se deram conta de que dirigir não era algo tão difícil. Primeiro os homens, mais tarde as mulheres. Hoje, “tirar carta” faz parte da lista de documentos que vamos acumulando ao longo da vida e, a cada nova tecnologia desenvolvida pelo setor automobilístico, o ato de dirigir tem se tornado cada vez mais fácil. Talvez não para os argentinos.

Motoristas de Buenos Aires: curso sobre "Feminicídios, Transfeminicídios e Crimes de Ódio” para renovar a carta
Motoristas de Buenos Aires: curso sobre "Feminicídios, Transfeminicídios e Crimes de Ódio” para renovar a carta Motoristas de Buenos Aires: curso sobre "Feminicídios, Transfeminicídios e Crimes de Ódio” para renovar a carta

Não porque a tecnologia regrediu ou porque as leis de trânsito se complicaram, mas porque o governo de “los hermanos” resolveu problematizar e misturar mobilidade com identidade de gênero. A Agência Nacional de Segurança Viária da Argentina (ANSV) determinou que para ter uma carteira de habilitação ou renovar a vencida, todos terão que fazer um curso sobre gênero que inclui temas como “Masculinidades: patriarcado e heteronormatividade” e “Feminicídios, Transfeminicídios e Crimes de Ódio”.

Para quem não está habituado com termos que mais parecem uma daquelas palavras imensas comuns ao idioma alemão, heteronormatividade significa “conceito de que apenas os relacionamentos entre pessoas de sexos opostos ou heterossexuais são normais ou corretos”. O que isso tem a ver com dirigir um veículo fica a cargo de cada um descobrir.

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Mas, conforme o texto da ANSV, o objetivo é usar a influência vital da cultura “no que se refere à incorporação de normas de gênero” para incluir a temática como obrigatória para quem deseja obter uma carteira de habilitação. Segundo a agência, isso irá promover valores de igualdade “deslegitimando a violência contra as mulheres na condução de veículos na via pública, na segurança veicular e em tudo o que for relacionado à matéria.”

E não contentes em forçar goela abaixo mais uma esquerdopatia, os sinais de trânsito na Argentina também serão alterados e deverão seguir um “Manual Especial” que requer a readaptação utilizando “linguagem neutra”, onde as letras “o” e “a” serão trocadas por “e”. Agora “argentines” só poderão ser “atropelades”, como Mussum, o trapalhão visionário, já havia previsto. 

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O contorcionismo que tem sido feito para tentar dar sentido a coisas que não têm sentido algum – a não ser impor mais um item da agenda “progressista” – chega a ser ridículo. E assim, de imposição em imposição, caminhamos para um mundo repleto de “idiotes”.

Autora

Patricia Lages é autora de 5 best-sellers sobre finanças pessoais e empreendedorismo e do blog Bolsa Blindada. É palestrante internacional e comentarista do JR Dinheiro, no Jornal da Record.

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