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Análise: Mercadante no BNDES estressa mercado financeiro, e não é à toa

Mercado teme o retorno às práticas da gestão Dilma, com aumento de gastos públicos, risco fiscal e interferências políticas

Patricia Lages|Do R7

Diante dos fortes rumores de que Aloizio Mercadante seria indicado à presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou da Petrobrás, o mercado financeiro já começou a reagir negativamente.

Na última segunda-feira (12), por volta das 14h30, a B3 já operava em queda superior a 2,6%, as ações da Petrobrás despencaram mais de 5% e o dólar subiu para R$ 5,327. Porém, o presidente eleito já deixou bem claro que essa movimentação não o incomoda: “Vai cair a Bolsa, vai aumentar o dólar... paciência”, disse Lula.

Mercadante confirmado no BNDES: retrocesso que assusta o mercado
Mercadante confirmado no BNDES: retrocesso que assusta o mercado Mercadante confirmado no BNDES: retrocesso que assusta o mercado

Nesta terça (13), com a confirmação de Mercadante para o BNDES, o mercado se estressou ainda mais e as negociações de títulos públicos, pelo Tesouro Direto, foram suspensas pouco depois das 16h. Essa medida ocorre quando os temores do mercado financeiro aumentam para impedir que o investidor opere a preços que poderão ter rápida defasagem. Apenas papéis prefixados à Selic continuam sendo negociados normalmente.

O que o mercado teme — não sem razão — é que as práticas da gestão Dilma voltem, aumentando os gastos públicos e o risco fiscal, além de interferir na política monetária, o que causa distorções no mercado de crédito. Isso porque, na era Dilma, enquanto o Banco Central subia os juros para tentar conter a inflação, o BNDES seguia com sua política de concessão de crédito a juros baixos, incentivando o consumo. Ou seja, enquanto uns estão tentado tirar água de dentro do barco, outros estão fazendo furos no casco.

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E mais: para que Mercadante fosse nomeado, a Lei das Estatais — implementada na gestão Michel Temer — vai por água abaixo. Entre as regras que a lei exige para melhorar a governança das estatais estão o impedimento de indicação de políticos e a exigência de experiência no setor.

Chega a ser inacreditável que foi preciso uma lei para impedir que pessoas inexperientes assumam cargos de comando em empresas públicas, mas é mais inacreditável ainda que essa obviedade venha cair por terra.

A cada novo anúncio de Lula fica mais claro que o retorno do PT à Presidência da República trará um retrocesso enorme ao país, com a provável volta de práticas atrasadas, que ampliam as possibilidades de corrupção e a já declarada irresponsabilidade com os gastos públicos. E olha que isso não é nem o começo...

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