Patricia Lages Análise: Franceses que se opuserem à transição de gênero podem perder guarda de filhos

Análise: Franceses que se opuserem à transição de gênero podem perder guarda de filhos

Pais que não permitirem mudança de sexo de filhos, ainda que menores, serão multados e poderão perder autoridade parental

Além de perder a guarda, pais que se opuserem estão cometendo crime

Além de perder a guarda, pais que se opuserem estão cometendo crime

Pixabay

Aprovada no início do ano, uma lei introduz um novo crime ao código penal da França para punir os pais que se opuserem à transição de gênero dos filhos, ainda que crianças. A punição também se estende aos profissionais de saúde que praticarem o que chamam de “terapias de conversão”, isto é, tratamentos ou aconselhamento especializado para que a pessoa aceite o sexo com que nasceu.

Quem infringir a nova lei corre o risco de arcar com uma multa de 45 mil euros (mais de R$ 236 mil). Além disso, os profissionais que implementarem esse tipo de tratamento – ainda que a pedido da própria pessoa – poderão ser condenados a três anos de prisão. Já os pais que se opuserem à mudança de gênero poderão ter sua autoridade parental retirada, ou seja, perder a guarda dos filhos.

Por outro lado, a aceitação da ideologia de gênero, tanto nas escolas, quanto nas redes sociais ou em qualquer meio de comunicação, é permitida sem qualquer contraponto, ainda que seja por parte de profissionais especializados em diversas áreas da ciência e da medicina.

Caso ainda não tenha ficado claro, aqui vai um resumo: quem é a favor da ideia de que crianças são capazes de fazerem sua opção sexual em qualquer idade – ainda que nem saibam o que isso significa – pode difundir sua ideologia livremente. Mas pais que se opuserem e profissionais que oferecerem tratamento contrário estão cometendo crime.

Segundo o Le Figaro, a medida está sendo fortemente contestada por psiquiatras e juristas. O jornal afirma que a lei “não se limita a proibir médicos e intervenções psicológicas para mudar a orientação dos homossexuais, mas inclui questões relacionadas com a identidade de gênero” e que médicos, psicólogos, psiquiatras e psicanalistas infantis “não poderão ajudar menores que sofrem de disforia de gênero”.

Além disso, profissionais de saúde afirmaram ao jornal que o fato de a lei não distinguir adultos e crianças é “perigosíssimo” e que pode promover “disforia de gênero de início rápido”, a exemplo do Reino Unido, onde houve crescimento de mais de 4.000% no número de casos em menos de dez anos.

E assim o “progressismo” vai se impondo ao redor do mundo, tirando a autoridade dos pais e transferindo-a ao Estado, criminalizando a opinião, a fala e agora até mesmo tratamentos de saúde. Tudo isso para frear quem não concorda com suas agendas. E como se isso fosse pouco, ainda usam e abusam da audiência cativa das instituições de ensino para difundir suas ideologias confundindo crianças e adolescentes. Tempos sombrios.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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