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Análise: Empoderamento ou repetição de argumentos falhos?

Certamente veremos no mês da mulher uma série de bandeiras, palavras de ordem e pseudo-homenagens. Porém, precisamos de muito mais que isso

Patricia Lages|Do R7

Que as mulheres possam viver sem ter de provar nada a ninguém o tempo todo
Que as mulheres possam viver sem ter de provar nada a ninguém o tempo todo Que as mulheres possam viver sem ter de provar nada a ninguém o tempo todo

Há cerca de nove anos meu trabalho tem sido voltado para as mulheres, principalmente nas áreas de finanças pessoais e empreendedorismo. E o que tenho observado ao longo desse tempo é a repetição de uma série de argumentos falhos que tentam alicerçar conceitos que nem sequer param em pé, mas sobre os quais muitas mulheres têm se apoiado.

A bandeira do empoderamento feminino, ao mesmo tempo que diz tremular em favor da mulher, em muitos casos, levanta discursos de ódio aos homens e não milita pela igualdade de gênero como tenta fazer parecer. Basta lembrar das frases dos anos anteriores dizendo coisas como: “tudo o que você faz eu posso fazer sangrando”.

Porém, o oposto aparece logo em seguida, quando o mesmo movimento exige vantagens profissionais sobre o sexo masculino. Menor carga horária, maiores períodos de descanso, salas reservadas exclusivamente para o uso das mulheres, treinamento diferenciado.

O empoderamento feminino prega que a mulher tem mais valor do que qualquer pessoa no mundo, afinal, todo ser humano nasceu de uma mulher, como se déssemos à luz por conta própria. Por outro lado, prega que podemos e devemos vestir o que quisermos, mesmo que venhamos exibir o nosso corpo sem o menor bom senso, como se não tivéssemos o menos valor. Enquanto joias são colocadas em cofres, a imagem da mulher vai para a banca da liquidação. Isso é que é poder?

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Viver gritando irritantemente que é melhor do que todo mundo é mesmo uma demonstração de empoderamento ou não seria uma exibição de insegurança? Não é preciso nem mesmo pensar muito para concluir que a base desses discursos é a segregação e não a união ou a igualdade de direitos. É uma ideologia apoiada em argumentos falhos que não resistem a uma ponderação sequer.

A pose de humildes vítimas cai por terra diante da existência de uma opinião contrária, pois ao confrontar qualquer discordância, o movimento quer calar no grito quem pensa diferente. Pregam a individualidade ao mesmo tempo que querem colocar todas as mulheres em uma linha de produção onde há uma única forma e ninguém pode se atrever a ser diferente, pensar diferente, viver diferente.

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Essa repetição de argumentos sem pé nem cabeça que coloca a mulher acima de tudo e todos e que afirma que não dependemos de nada nem de ninguém não passa de um contrassenso, pois não vai muito além de uma enorme demonstração de insegurança. É como disse Margaret Tatcher: “Ser poderoso é como ser uma dama. Se você precisa provar que é, então você não é.”

Que não só neste mês de março, mas que de hoje em diante, as mulheres possam, de fato, pensar por si mesmas e viverem sem ter de provar nada a ninguém o tempo todo.

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Patricia Lages

É jornalista internacional, tendo atuado na Argentina, Inglaterra e Israel. É autora de cinco best-sellers de finanças e empreendedorismo e do blog Bolsa Blindada. Ministra cursos e palestras, tendo se apresentado no evento “Success, the only choice” na Universidade Harvard (2014). Na TV, apresenta o quadro "Economia a Dois" na Escola do Amor, Record TV. No YouTube mantém o canal "Patricia Lages - Dicas de Economia", com vídeos todas as terças e quintas.

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