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Análise: Educação brasileira ensina administrar empresas, dos outros

Aprendizado prepara o aluno para ser funcionário de grandes empresas, não para empreender por conta própria

Patricia Lages|Patricia Lages

Ensino tradicional não prepara os profissionais para a realidade do mercado competitivo
Ensino tradicional não prepara os profissionais para a realidade do mercado competitivo Ensino tradicional não prepara os profissionais para a realidade do mercado competitivo

A educação brasileira está defasada não apenas em razão da falta de estrutura das instituições públicas em geral, mas também em relação aos parâmetros curriculares, o que inclui o ensino superior particular. Um exemplo disso são os cursos relacionados à administração de empresas que, em sua maioria, preparam o aluno para o mercado de trabalho, mas não oferecem embasamento para que os estudantes saibam como empreender por conta ou gerenciar a própria vida.

Em um mercado cada vez mais competitivo, com menos oferta do que demanda, torna-se imprescindível oferecer aos alunos o conhecimento necessário para que possam transformar seus talentos em renda. Em vez disso, o ensino tradicional forma todos os anos profissionais que não sabem quais são seus próprios talentos, não têm noção de como administrar o próprio dinheiro e nem como obter renda a partir de seus conhecimentos.

É cada vez maior o número de pessoas com “canudo”, mas sem emprego, podendo exercer uma profissão para trazer ganhos, mas que só trouxe dívidas. Segundo o governo federal, atualmente o número de devedores do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) já ultrapassa a marca de um milhão de brasileiros, o que significa que mais da metade dos contratos (54,3%) não foram pagos.

Durante a era PT, principalmente no governo Dilma Roussef, o número de contratações do Fies cresceu vertiginosamente: de 76 mil (2010) para mais 732 mil (2014). Sob o slogan “Pátria Educadora”, o governo comemorou amplamente o acesso das classes menos favorecidas ao ensino superior, mas sem aprender como “fazer dinheiro”, a realidade dessas pessoas não melhorou. O que ficou foi apenas mais uma dívida de longo prazo em um orçamento já tão apertado.

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São administradores de empresas que não sabem gerenciar o próprio orçamento, advogados sem expertise para abrir o próprio escritório ou para obter clientes, secretárias que não sabem assessorar a si mesmas, profissionais de comércio exterior que não têm ideia de como negociar as próprias dívidas.

É preciso que a educação formal se modernize e passe por uma adequação, oferecendo ao aluno, tanto o que o mercado corporativo busca, quanto o que a economia do país e o próprio aluno necessitam: crescimento. É preciso que, cada vez mais, se ensine como transformar conhecimento em ganho financeiro para que haja, de fato, geração de renda e de empregos.

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Mas em vez de ensinar o que mais interessa, muitas instituições têm estado mais preocupadas em doutrinar, afirmando que economia é um jogo de soma zero, onde para que poucos fiquem ricos, muitos têm de ficar pobres. Porém, no mundo real, empreender é gerar riqueza, aumentando o tamanho do bolo e dando oportunidades para que mais pessoas conquistem o seu pedaço.

Quem deseja crescer e quebrar o ciclo da pobreza e do endividamento precisa focar mais em investir em um aprendizado real – em cursos livres e ensino técnico – do que se preocupar em ter um diploma. Aqueles que entenderem isso o quanto antes, sairão na frente.

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