Educação financeira nas escolas é importante
Mikhail Nilov/Pexels.comO discurso da deputada Luciana Genro (Psol-RS) antes de votar contra a aprovação da disciplina de educação financeira nas escolas públicas do Rio Grande do Sul é tão surreal que, para entender que não se trata de uma piada de muito mau gosto, é preciso ouvir várias vezes.
Mas para poupar seus ouvidos, caro leitor, sem deixar de mantê-lo informado sobre as barbaridades protagonizadas por políticos de intenções duvidosas, segue a transcrição de uma fala que deixa qualquer pessoa de bom senso coberta de vergonha:
“Ridículo! Ridículo porque o problema das finanças nas famílias cujos filhos estudam nas escolas públicas não é de educação financeira. É de falta de dinheiro.
O salário das pessoas não chega até o final do mês, então elas são obrigadas a se endividar para sobreviver. Para comprar um botijão de gás, para comprar o arroz e o feijão.
Porque muitas vezes vivem com o orçamento amarradinho. E de repente alguém fica doente e precisa de um remédio que custa uma fortuna. E aí, o que a pessoa vai fazer? Vai morrer sem o remédio ou vai se endividar no cartão de crédito para comprar o remédio?
Seria realmente constrangedor e embaraçoso para um professor, para uma professora, tentar ensinar uma criança que vive numa família pobre como que ela vai administrar as suas finanças a ponto de não se endividar.
Então, eu sinto muito, mas não posso dar meu voto favorável a esse absurdo!”
É justamente porque o salário das pessoas não chega até o fim do mês que todos devem aprender educação financeira desde cedo.
É justamente para que não façam dívidas no cartão de crédito (cujas taxas de juros são as mais altas do país e estão entre as mais altas do mundo) que todos devem aprender educação financeira desde cedo.
É justamente para saber o que fazer em situações que deixam o orçamento “amarradinho” que todos devem aprender educação financeira desde cedo.
Ridículo, constrangedor, embaraçoso e absurdo é saber que uma pessoa com um pensamento tão pobre tenha o poder de votar contra uma disciplina de suma importância para que as pessoas possam sair da pobreza.
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