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Análise: Crise de credibilidade X crenças ingênuas

Ao mesmo tempo em que muita gente não crê em quase nada, há quem se apoie em crenças ingênuas. Existe um ponto de equilíbrio?

Patricia Lages|Do R7

Viva e desfrute do melhor que a vida tem
Viva e desfrute do melhor que a vida tem Viva e desfrute do melhor que a vida tem

É comum contarmos com a possibilidade de que, em algum momento, os políticos em quem votamos possam nos decepcionar ou que a empresa onde trabalhamos com empenho e dedicação venha nos trocar pelo “afilhado” de alguém, frustrando nossas expectativas profissionais.

Porém, frustrações e decepções podem vir de todos os lados e não apenas de onde geralmente se espera. E é aí que a nossa credibilidade entra em crise. Não é difícil encontrar alguém que não acredita mais no amor, no casamento e nem mesmo em amizade sincera. Pessoas que passaram por experiências decepcionantes tendem a se fechar para novos relacionamentos sem perceber que acreditar que isso as manterá seguras é pura ingenuidade.

Há quem não vote mais em nenhuma eleição achando que essa é a forma de se livrar da ação dos políticos quando, na verdade, essa atitude apenas bloqueia sua possibilidade de escolher alguém melhor. Votando ou não, todos estamos à mercê dos mandos e desmandos dos candidatos eleitos, quer seja por nós ou não. Agir dessa forma é permitir que pessoas cada vez menos escrupulosas se aproveitem dessa crise de credibilidade para se elegerem, enquanto se espera que as coisas melhorem. Mais uma crença ingênua.

No que diz respeito aos relacionamentos a questão é a mesma. Fechar-se para novas amizades ou para um novo amor é o mesmo que viver frustrado com o objetivo de se livrar da frustração. Uma vida amarga e cheia de desconfianças não vai trazer dias mais leves ou livres de decepções. Acreditar nisso é, mais uma vez, nutrir uma crença ingênua.

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A verdade é que a vida é cheia de incertezas e não existe um lugar 100% seguro. Temos de aprender a viver com equilíbrio, sabendo que a segurança e a ordem que a rotina nos proporciona terá de conviver com as inseguranças que o desconhecido nos traz. E é apenas encarando o desafio de viver nessa espécie de gangorra entre o caos e a ordem que podemos crescer e nos desenvolver.

Sobre isso o psicólogo e pensador Jordan Peterson diz que é preciso viver “garantindo a estabilidade, mas também a expansão do território habitável e produtivo, do espaço que é pessoal, social e natural” e acrescenta que é dessa forma que “seus padrões de previsibilidade e imprevisibilidade harmoniosamente sobrepostos fazem o próprio significado brotar das profundezas do seu ser.”

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Fechar-se para a vida com o intuito de viver melhor não faz sentido, assim como querer sair da mesmice vivendo todos os dias da mesma forma tampouco faz. Viver é arriscar-se a cada dia, enfrentando as intempéries do cotidiano com coragem e diligência. Viver é preciso, por isso, viva sem medo de desfrutar do melhor que as surpresas da vida têm!

Patricia Lages

É jornalista internacional, tendo atuado na Argentina, Inglaterra e Israel. É autora de cinco best-sellers de finanças e empreendedorismo e do blog Bolsa Blindada. Ministra cursos e palestras, tendo se apresentado no evento “Success, the only choice” na Universidade Harvard (2014). Na TV, apresenta os quadros "Economia doméstica" no programa "Mulheres" TV Gazeta e "Economia a Dois" na Escola do Amor, Record TV. No YouTube mantém o canal "Patrícia Lages - Dicas de Economia", com vídeos todas as segundas e quartas.

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