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Análise: Como será o impacto do fim do auxílio emergencial

Cerca de metade da população é beneficiada direta ou indiretamente pelo auxílio emergencial do governo federal

Patricia Lages|Do R7

Cerca de metade da população é beneficiada direta ou indiretamente pelo auxílio
Cerca de metade da população é beneficiada direta ou indiretamente pelo auxílio Cerca de metade da população é beneficiada direta ou indiretamente pelo auxílio

Com um custo mensal estimado em 50 bilhões de reais, o auxílio emergencial é o que tem sustentado parte da economia no país e, sem sombra de dúvida, foi uma medida acertada do governo federal. Mas, por questões fiscais, não há como se tornar um benefício permanente. O desequilíbrio econômico causado pela extensão do auxílio traria prejuízos a toda população, com mais desemprego, alta de juros e descontrole da inflação.

A taxa de desemprego, que em 2018 foi de 12,5%, caiu para 12,2% em 2019 e tinha previsão de cair ainda mais em 2020, chegando aos 11,7%. Porém, com a pandemia, o índice saltou para 13,1%. Mas é preciso lembrar que considera-se desempregado aquele que está procurando recolocação no mercado de trabalho e, no momento, com o recebimento do auxílio emergencial e o fechamento da economia por conta da extensão da quarentena, o número de pessoas que não estão buscando emprego pode maquiar a estatística do desemprego.

No Brasil, há cerca de cinco milhões de desalentados, ou seja, pessoas que não trabalham, mas que desistiram de procurar emprego. Estas não figuram entre os desempregados e isso pode explicar uma taxa de desemprego melhor do que a esperada para esta época.

Diante dessa realidade não podemos esperar que 2021 seja um ano bom para o bolso do brasileiro, mas por conta da falta de educação financeira da maioria da população, as pessoas não estão sabendo como se preparar para os impactos negativos que devem se instalar quando o auxílio emergencial chegar ao fim.

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Enquanto boa parte da classe política se limita apenas a mandar a população ficar em casa, lavar as mãos e usar álcool em gel, pouco ou quase nada está sendo feito para educar as pessoas a fazerem bom uso de seus recursos, a serem consumidores conscientes, a pagarem suas dívidas e a buscarem suas próprias fontes de renda sem dependerem de empregos que, obviamente, não haverá para todos.

Mas em vez de ensinar a população a pescar para não sofrer tanto os efeitos da crise, grande parte dos políticos torce para as coisas piorarem. Esses não estão preocupados se haverá comida na mesa do brasileiro em 2020 ou se haverá empregos em 2021, pois os olhos deles só enxergam a corrida eleitoral de 2022, dizendo o de sempre: que se eles estivessem no poder, as coisas seriam bem melhores. Pois bem, muitos deles estão no poder, pois governam cidades e estados que, diga-se de passagem, não andam nada bem, ou será que temos algum modelo de boa administração para que o restante do país tome como referência?

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E a pergunta que fica é: se eles fariam as coisas tão bem, por que não estão fazendo? E mais: se não conseguem administrar nem suas próprias cidades e estados, como fariam melhor se tivessem um país inteiro sob sua responsabilidade? Dizer o que deve ser feito qualquer um pode, mas o que o país precisa é de menos demagogia e mais ação. Há um ditado que diz que se cada um varrer a sua calçada, a rua inteira ficará limpa. Mas o que vemos no Brasil são cidades e estados com “calçadas imundas” querendo ensinar os outros a varrer.

Autora

Patricia Lages é autora de 5 best-sellers sobre finanças pessoais e empreendedorismo e do blog Bolsa Blindada. É palestrante internacional e comentarista do JR Dinheiro, no Jornal da Record.

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