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Análise: Como anda nossa moeda em 28 anos de Plano Real

Conjunto de reformas econômicas de 1994 incluiu a criação do real, que figura como uma das moedas que se mais valorizaram em 2022

Patricia Lages|Do R7

Poder de compra da moeda de R$ 1 usada em 1994 equivale hoje a R$ 6,70
Poder de compra da moeda de R$ 1 usada em 1994 equivale hoje a R$ 6,70 Poder de compra da moeda de R$ 1 usada em 1994 equivale hoje a R$ 6,70

O frango e o pão francês foram os símbolos do real durante seu lançamento, em 1994. Isso porque, naquela altura, com uma nota de R$ 1, era possível comprar 1 quilo de frango ou 10 pães franceses. Devido às campanhas publicitárias, o consumo anual de frango quase triplicou, indo de 14 kg por pessoa para 40 kg por pessoa.

Hoje, o poder de compra do real não é mais o mesmo. Segundo a calculadora de inflação do Banco Central, para ter o poder de compra de R$ 1 em 1994, seriam necessários R$ 6,70 atualmente. Os 570% de aumento, em 28 anos, não significam que os produtos também aumentaram na mesma proporção.

Utilizando o pão francês como exemplo, podemos fazer um comparativo entre a inflação oficial e a perda do poder de compra real. Por lei, desde 2006, o pão francês é vendido por kg e não mais por unidade. Considerando que 1 kg é composto de 20 unidades (de 50 g cada uma), e vendido a uma média de R$ 17 o kg, cada unidade custa hoje cerca de R$ 0,85. Ou seja, o aumento real do pão francês foi de aproximadamente 750%, bem maior do que a inflação oficial do período.

Apesar de toda a desvalorização ao longo de quase três décadas, o levantamento feito pela Austin Rating aponta que a moeda brasileira subiu 10,1% em comparação ao dólar, em 2022. Antes do real vem o rublo — moeda da Rússia, com valorização de 11,3% —, o afegane — moeda do Afeganistão, com alta de 18,1% — e o kwanza — moeda de Angola, com aumento de 34,3%.

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A boa colocação do real em relação às 120 moedas analisadas nesse levantamento se dá, basicamente, por dois fatores: o diferencial de juros entre as taxas do Brasil e dos Estados Unidos (que favorece a nossa moeda) e o cenário das commodities do setor agrícola e metálico, dos quais o Brasil é um dos principais produtores. Os aumentos de preço dessas commodities nos mercados internacionais elevam o fluxo de investidores em nosso país e beneficiam o real.

Os desafios para os próximos anos são grandes e, para que a nossa moeda continue a se fortalecer, será preciso manter algumas decisões no governo futuro, como respeitar o teto de gastos e dar sequência às privatizações. Isso porque, como a história brasileira mostra, empresas públicas geralmente são deficitárias, ineficientes, consomem muito dinheiro público para pagar altos salários e costumam ser verdadeiros antros de corrupção.

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