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Análise: A estupidez desconhece limites

Que a estupidez humana existe desde os primórdios ninguém duvida, mas, com o advento das redes sociais, ela está mais presente do que nunca

Patricia Lages|Do R7

Em plena era da informação, muitas pessoas têm se baseado apenas em suas visões míopes
Em plena era da informação, muitas pessoas têm se baseado apenas em suas visões míopes Em plena era da informação, muitas pessoas têm se baseado apenas em suas visões míopes

Estupidez é falta de discernimento e de senso, é a incapacidade de compreender situações e de separar o certo do errado. E não é isso o que mais se vê nos dias de hoje?

Em plena era da informação, em vez de as pessoas se certificarem dos fatos antes de comentar, julgar ou tomar partido contra ou a favor, muitas têm se baseado apenas — e cada vez mais — em suas visões míopes. Pior: crendo que têm 100% de razão.

Como papagaios, repetem frases cujas fontes não são consultadas, muito menos verificadas e, como robôs, agem de acordo com a modinha da vez sem nem mesmo saber o motivo de suas ações. Basta perguntar o porquê e facilmente se nota que não há respostas coerentes ou com o mínimo de bom senso. Passam a odiar coisas que nem sequer conhecem, a difamar pessoas que nunca viram na vida e a endeusar outras que nem mesmo sabem quem são. O conhecimento raso está cada vez mais presente, o que é um prato cheio para a estupidez crescer e se multiplicar.

Nos dias atuais é possível presenciar, por exemplo, pessoas fazendo escândalos homéricos em qualquer estabelecimento que sirva canudos plásticos, pois, segundo sabe-se lá quem, eles são os responsáveis por toda poluição dos oceanos.

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Porém, em questão de segundos é possível encontrar a informação de que os canudos representam cerca de 0,03% dos resíduos plásticos, enquanto a maior quantidade de lixo nos oceanos são cigarros, garrafas e sacolas plásticas, segundo relatório publicado pela Ocean Conservancy.

Mas quem liga para dados e fatos quando alguém define quem será o inimigo da vez, aquele que todos irão odiar cegamente, embora tenham cérebros capazes de raciocinar e verificar que as coisas não são bem assim? É certo que pouquíssimos irão analisar e ponderar, enquanto a maioria vai dizer “amém” e ajudar — gratuitamente — a disseminar o que interessa apenas para alguns.

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O efeito manada conta com a estupidez das pessoas que, para parecerem bem informadas e politicamente corretas, compartilham tudo e qualquer coisa, sem questionar absolutamente nada. O que pensar de pessoas que se dizem protetoras da vida marinha, enquanto exibem seus looks de redes mundiais de fast fashion? Sim, aquelas lojas imensas e lindas que lucram bilhões às custas de trabalho escravo em países subdesenvolvidos.

A verdade é que as pessoas querem apenas sentir suas consciências limpas por meio de ações simples e que, de preferência, não requeiram nenhum tipo de sacrifício. E já que a ordem é simplificar, podemos resumir tudo isso em uma única palavra: estupidez.

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Patricia Lages

É jornalista internacional, tendo atuado na Argentina, Inglaterra e Israel. É autora de cinco best-sellers de finanças e empreendedorismo e do blog Bolsa Blindada. Ministra cursos e palestras, tendo se apresentado no evento “Success, the only choice” na Universidade Harvard (2014). Na TV, apresenta os quadros "Economia doméstica" no programa "Mulheres" TV Gazeta e "Economia a Dois" na Escola do Amor, Record TV. No YouTube mantém o canal "Patrícia Lages - Dicas de Economia", com vídeos todas as segundas e quartas.

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