Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

A dupla "churrasco e cervejinha" é a nova dentadura para obter votos

Brasileiro está mais politizado, mas Lula ainda apela para a estratégia de captar votos com promessas baratas que beiram o ridículo

Patricia Lages|Do R7

Ex-presidente Lula reunido com Cristina Kirchner, Lucía Topolansky, Pepe Mujica e Alberto Fernández
Ex-presidente Lula reunido com Cristina Kirchner, Lucía Topolansky, Pepe Mujica e Alberto Fernández Ex-presidente Lula reunido com Cristina Kirchner, Lucía Topolansky, Pepe Mujica e Alberto Fernández

Vamos fazer um pequeno teste de autoconhecimento? Quando alguém subestima a sua inteligência fazendo promessas estúpidas para conseguir o que quer, o que você faz?

1. Permite que o espertalhão consiga o que quer, convencendo-se de que desta vez ele cumprirá o que promete, ainda que tenha mentido inúmeras vezes;

2. Não cai no golpe, mas fica na sua, deixando o enganador livre para se aproveitar de outras pessoas;

3. Não se deixa enganar e ainda toma providências para que outras pessoas não sejam feitas de idiotas.

Publicidade

Essa é a tão batida estratégia do “pão e circo” que, por mais incrível que possa parecer, ainda funciona. A política insustentável perdurou por mais de 170 anos no período do Baixo Império Romano, dando a impressão de que era a fórmula do crime perfeito, até que ruiu e expôs o quanto a população havia sido ludibriada.

Mas, assim como as pirâmides financeiras vêm enganando milhões de pessoas há mais de um século — bastando mudar de nome e trocar de roupa —, o panem et circenses de Roma muda apenas os elementos para manter-se vivo e atuante. Em vez de pão, políticos mal-intencionados oferecem sacos de cimento, dentaduras, cirurgias e, mais recentemente, “churrasco e cervejinha”.

Publicidade

E, falando em exemplo recente, lembremos da Argentina. A campanha que deu a vitória a Alberto Fernández e Cristina Kirchner foi muito parecida com a que Lula vem fazendo por aqui, pois usam exatamente a mesma estratégia: prometer carne para o churrasquinho de todos.

Na Argentina, a campanha de Cristina e seu poste incluía (pasme!) a fixação de cartazes com a foto de ambos nos açougues e os dizeres: “Se quer voltar ao churrasco, vote bem”. O vídeo da campanha que circulou na TV e na internet não era menos ridículo e dizia: “Eu não estou falando de comida. Fazer um churrasco era algo além. Era convidar as pessoas para irem à sua casa, receber os amigos, rir um pouco. Para que trabalhamos se não para isso? O bom é que, daqui a pouquinho, tudo vai melhorar. Há esperança!”

Publicidade

Os argentinos acreditaram, caíram na velha estratégia e elegeram os embusteiros. Mas, desde que assumiram o poder, o preço da carne na Argentina disparou, subindo 222%, e o consumo despencou, atingindo o menor nível em 100 anos. Sim, o governo kirchnerista foi muito ágil e conseguiu atrasar o país em um século em pouco mais de um ano.

Para quem acha que esse tipo de coisa só acontece na casa do vizinho, lembre-se do que Lula deixou como mensagem final no debate de domingo passado: “Quando eu falo do churrasco é porque nós vamos voltar a consertar esse país e vamos voltar no final de semana a comer um churrasquinho e tomar uma cerveja. Nós podemos e vamos querer comer um churrasquinho.”

O “pão e circo” tá aí, cai quem quer.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.