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46% dos estados têm mais pessoas recebendo benefícios do que trabalhando

A Caixa começa a pagar os auxílios de fevereiro, e em 12 estados brasileiros há mais beneficiários que empregados

Patricia Lages|Do R7

O tema da pobreza no Brasil sempre esteve presente nos palanques e nos discursos de políticos dos mais variados partidos e, ao longo de décadas, elegeu um sem-fim de candidatos que prometeram combatê-la mesmo sem que tivessem a menor intenção de fazer isso.

Sem dúvida alguma, prestar assistência a pessoas em situação de vulnerabilidade financeira é uma medida necessária para amenizar o sofrimento da população. Porém, isso deveria ser feito com critérios rígidos, com contrapartida do beneficiário e por um período previamente estabelecido. Mas, ao contrário disso, os programas sociais brasileiros exigem geralmente duas coisas: que as pessoas sejam pobres e que permaneçam pobres.

A verdade é que, entra governo e sai governo, o discurso de que o problema do Brasil é a desigualdade social permanece o mesmo, quando, na verdade, o problema é a pobreza. E a única forma eficaz de combater a pobreza é promovendo a geração de riqueza, coisa que nenhum governo até hoje se esforçou para fazer.

Enquanto isso, os programas de distribuição de renda vão se ampliando cada vez mais, tanto por meio da criação de mais benefícios quanto em valor e em número de pessoas atendidas. Segundo levantamentos do Caged e do Ministério da Cidadania, em janeiro de 2022, 12 estados brasileiros (46% das unidades federativas) tinham mais pessoas vivendo de benefícios do que trabalhando, sendo quatro no Norte (AC, AM, PA e AP) e oito no Nordeste (MA, PI, CE, BA, PB, PE, AL e SE).

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A pergunta que fica é: por qual motivo ou mediante que tipo de incentivo essas pessoas voltariam ao mercado de trabalho, visto que, em diversos municípios, os salários dos trabalhadores são inferiores à soma dos benefícios que elas podem receber sem fazer absolutamente nada?

A Argentina nos dá a dica de onde tudo isso pode parar. De acordo com a Jefatura de Gabinete de Ministros e a Secretaria de Gestión y Empleo Público, 67,5% dos empregados do país são funcionários públicos. E, segundo dados do Desarrollo Social, publicados pelo jornal La Nación, 25% da população vive de benefícios governamentais, o que corresponde a quase 12,5 milhões de pessoas. Quem paga a maior parte dessa conta são os 32,5% de trabalhadores empregados na iniciativa privada.

Como nosso presidente é fã da situação política e econômica da Argentina — a qual classificou como “privilegiada” —, caso seu governo resolva seguir o exemplo de Alberto Fernández, pelo menos já saberemos de antemão o que nos espera nos próximos anos. Preparemos o bolso, pois Lula não está fazendo nada que não tenha avisado antes, mas que muita gente fez questão de não ouvir.

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