O Mato Grosso do Sul irá receber em breve os primeiros mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, que dificulta o desenvolvimento, e consequentemente a transmissão, de vírus como o da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
O objetivo é, aos poucos, substituir a população local de mosquitos por Aedes aegypti com a bactéria. Isso é possível na medida que a bactéria é transmitida naturalmente da fêmea para seus descendentes, que já nascem com a Wolbachia.
O acordo envolve o Ministério da Saúde, o governo do Mato Grosso do Sul e o WMP (World Mosquito Program), que no Brasil é ligada à Fiocruz.
Os ovos com a bactéria serão produzidos pela WMP Brasil no campus da Fiocruz, no Rio de Janeiro e enviados ao estado todas as semanas. Os mosquitos começarão a ser soltos no próximo semestre.
O Método Wolbachia está em implementação em 12 países do mundo pelo WMP, iniciativa sem fins lucrativos que trabalha para combater as doenças transmitidas por mosquitos.
Trata-se de uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos em todo o mundo. Os pesquisadores da WMP extraíram a Wolbachia da mosca-da-fruta e a inseriram nos ovos do Aedes.
No Brasil, o método é conduzido pela Fiocruz, com apoio do Ministério da Saúde.
Resultados preliminares do WMP apontam redução de 75% dos casos de chikungunya em Niterói (RJ); 76% de dengue na Indonésia e o fim da transmissão local de dengue no norte da Austrália.