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Falou em brechó, muita gente ainda imagina aquele local abarrotado de coisa velha, cheirando a mofo, com roupas puídas e mal cuidadas. O conceito e a apresentação dos brechós atuais em nada lembram essa imagem empoeirada do negócio.
Basta conhecer a Vitrine Criativa, loja que tem a proposta inédita de reunir garimpos de diferentes brechós em um único lugar.
O resultado é uma curadoria cuidadosa e uma oferta de produtos com preços baixos, mas condizentes com a qualidade das peças. "Temos peças de R$ 15 a R$ 150", esclarece Rodolfo Bozzo, que idealizou e gerencia a loja ao lado de Alex Bento e de Eder DiasDivulgação
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A loja reúne 45 brechós, que enviam, semanalmente, 45 peças para venda. Há uma curadoria dupla. Os donos dos brechós fazem seu garimpo, mas a Vitrine Criativa realiza uma seleção ainda mais rigorosa. "Aqui não entra roupa rasgada, sem botão, descosturada, manchada. Todas as roupas precisam estar em ótimo estado", explica Bozzo
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Uma vez dentro da loja, as roupas são organizadas por tipo de peça. Em uma arara de jaquetas jeans, por exemplo, há ofertas de diferentes brechós. Grande parte dos pequenos brechós costumam centralizar seus negócios no Instagram, e a possibilidade de ter uma loja permanente é uma garantia para quem compra e para quem vende
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Antes de ocupar o charmoso imóvel da rua Marques de Paranaguá, 377, entre a Frei Caneca e a Augusta, no centro da Capital, o projeto Vitrine Criativa promovia feiras com produtores de peças autorais. "A pedidos, fizemos uma edição com brechós. Foi um sucesso. Recebemos 65 mil pessoas em um fim de semana", lembra Bozzo
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A partir desta experiência, Bozzo e Bento voltaram suas atenções para os brechós. Seis meses depois desta primeira feira, veio o estalo: "Por que não fazer uma loja colaborativa de brechós? Pesquisei e não encontrei nenhum outro espaço com essa proposta", conta Rodolfo Bozzo
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Há cerca de um ano e meio, a ideia se concretizou. O empreendedor revela que a imagem distorcida de como funciona um brechó ainda resiste, mas vem sendo substituída pela informação e conhecimento do público
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"Hoje os donos dos brechós garimpam as peças e deixam seus produtos em condições de uso, lavam, consertam. O conceito atual é vender peças que a pessoa compre e saia usando", explica Bozzo
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Brechó não é bazar. Muita gente às vezes acha os preços elevados, ou chama os brechós modernos de "brechó gourmet". Não se trata disso.
Os bazares (principalmente os realizados diretamente por instituições de caridade) simplesmente recebem peças de doação e colocam à venda como estão, por isso vendem muito baratinho.
Quem garimpa para seus brechós realiza a curadoria e deixa a peça em condições de usoReprodução/Instagram
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O forte da Vitrine Criativa são as roupas, mas há uma linha de óculos, de um produtor autoral, que pode ser comprada lá. "Ou reutiliza ou compra de quem faz", recomenda Bozzo
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O projeto segue promovendo feiras, das quais participam outros brechós, além dos que fazem parte da loja. Nos dias 9 e 10 de fevereiro, por exemplo, será realizado mais um evento, com a participação de 70 brechós no sábado e 70 no domingo
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Nem todos os brechós participam da feira nos dois dias, o que é bom para a clientela. "A gente até prefere, pois há mais variedade para o público", diz Bento.
Na feira, cada brechó é responsável por montar a própria arara e ter uma máquina de cartão para facilitar as vendas. A expectativa é receber 20 mil pessoas por diaReprodução/Instagram
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A entrada, a princípio, é franca, mas os organizadores incentivam a doação de um quilo de alimento não perecível ou brinquedo. A iniciativa faz parte de um braço voluntário do projeto, a Vitrine do Bem. "Na última feira angariamos duas tonelada de alimentos, que são doadas para comunidades carentes", revela Bozzo. A entrega das doações é feita por ele e seus amigos. Quem quiser ajudar também é bem-vindo
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A feira vai funcionar das 10h às 20h, e será realizada na Vila Butantã. Programão para quem deseja comprar roupa com mais consciência, sem desperdício, e ainda tendo a chance de ajudar quem precisa
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