Influenciadores que levaram 'humor para público bombaram na quarentena
ReproduçãoSe durante a pandemia muitos influenciadores levaram um verdadeiro 7 a 1 na hora de manter espaço, patrocínio e seguidores, outros se encontraram com mais facilidade na nova dinâmica das redes. Em um momento em que a internet, tomada pela crise, deixa de enxergar sentido em publicações de viagens, festas e recebidinhos, o riso é a bola da vez.
Quem pegou carona na tradição brasileira de “rir para não chorar” e topou a missão de dar alegria ao povo durante a quarentena se deu bem. É o caso de nomes como Tirullipa, Pequena Lô e Bia Napolitano, influenciadores que, sem sair de casa, viram seu número de seguidores aumentar mesmo durante o isolamento.
Quarentena com o sogro levou a Tirullipa 20 milhões de seguidores
Reprodução“As coisas foram acontecendo e deram certo”, comemora o humorista Tirulipa, que em agosto alcançou o marco de 20 milhões de seguidores no Instagram. Entre os comediantes brasileiros mais seguidos na redes sociais, ele só perde para Whindersson Nunes. Segundo o humorista, as brincadeiras com o sogro, Seu Leôncio, com quem dividiu o isolamento, foram “peça fundamental”.
“Éramos só nós dois dentro de casa tirando onda um com o outro, aí começamos a marcar horários para gravar. As lives com o Wesley Safadão também foram fundamentais. Foram quase cinco milhões de seguidores novos.”
Filho do humorista e deputada federal Tiririca, Tirullipa ganhou os holofotes ainda pequeno, quando imitava o pai. Ele defende que as gerações de influenciadores mais jovens se inspirem em suas referências, mas não deixem de construir um estilo próprio. “Comecei imitando o meu pai, mas chega um dia em que você precisa seguir seu próprio caminho.”
Com mais de 1 milhão de seguidores no Tik Tok, Pequena Lô retrata situações cotidianas
ReproduçãoOutra personalidade que presenciou uma explosão de seguidores durante a quarentena, incluindo nomes como Whindersson Nunes, Tatá Werneck e o próprio Tirullipa, é Lorrane Silva, de 24 anos, mais conhecida como Pequena Lo. Desde o início da quarentena, quando criou sua conta no Tik Tok, ela acumulou mais de um milhão de seguidores, brincando com situações cotidianas como a mãe que insiste em fazer sopa em todas as refeições durante o inverno ou a amiga que some na balada e ‘reaparece’ de batom borrado. Para Lorrane, que também é formada em psicologia, a chave é produzir conteúdos de fácil identificação.
“Recebo inúmeras mensagens dos meus seguidores contando que um vídeo ajudou a melhorar o dia. Quando começou a quarentena, estava um pouco perdida sobre o que iria mostrar. Então pensei que o humor dá um alívio mesmo com tantas notícias ruins.”
Quando começou a trabalhar com produção de conteúdo, em 2015, a influenciadora já recorria ao humor para abordar temáticas em torno do capacitismo, preconceito contra pessoas com deficiência (Lo é portadora de uma síndrome rara, até o momento nomeada como displasia óssea). O reconhecimento, no entanto, chegou quando ela passou a abordar seu dia a dia.
“Fico muito feliz que me vejam enquanto criadora de conteúdo, não só pela minha deficiência. Quando comecei me mandavam piadas, mas nada disso me impediu de continuar”, conta Lorrane.
Público não aceita humor sem limites, diz Bia Napolitano
ReproduçãoCom 940 mil seguidores no Instagram, a influenciadora Bia Napolitano chama atenção para o desafio de se produzir conteúdo que entregue leveza para as casas dos que a acompanham, porém sem perder o respeito pelo momento.
“Manter o humor e levar o humor é um desafio diário. Tenho muito claro que é o humor que não desrespeita ninguém, que não ofende ninguém e que não precise passar por cima de ninguém. Isso está ficando cada vez mais ultrapassado e as pessoas não estão aceitando mais.”
Com o aumento da convivência, a rotina ao lado do marido Paulo arranca risadas dos seguidores. “Ele me aguenta, viu”, brinca Bia. “O processo foi natural, porque filmo o que eu vivo aqui e brinco justamente com assuntos do cotidiano. Ele aparecer, principalmente agora, foi um processo inevitável.”
Mesmo com o aumento de consumo digital durante a pandemia, não são poucos os desafios do mercado de entretenimento . É o que diz o empresário Alex Monteiro é CEO da NonStop, agência responsável pela carreira digital de fenômenos como Whindersson Nunes, Tirullipa e Yuri Marçal.
“No stand up, por exemplo, o humorista vai construindo a piada ao longo do show, então ele precisa do retorno do público. Em um vídeo, você até pode jogar a esquete, mas não é a mesma construção do show”, explica o empresário.
Segundo Monteiro, apesar de o humor ter se tornado um “setor de fuga”, o mercado de entretenimento sofre com a crise causada pela pandemia, e é papel dos empresários reaquecer a cadeia produtiva, “do vendedor de pipoca ao pequeno artista.”
“O primeiro ponto foi a aprovação da lei Aldir Blanc. Agora, nesse retorno, cabe a nós empresários sermos solidários aos produtores de eventos. Isso significa uma redução nos nossos próprios salários, valorização dos pequenos artistas e negociação diferenciada para ajudar os produtores voltarem a faturar novamente.”
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