Se você pensa que mulher e duas rodas não combinam, é bom não cruzar o caminho da motociclista Bruna Wladyka. Aos 30 anos, a curitibana está atropelando todos os estereótipos como a primeira brasileira a participar de uma das principais competições mundiais de Flat Track, uma modalidade de corrida de motocicleta em torno de uma pista oval não pavimentada. E é para incentivar outras mulheres a fazerem o mesmo que Bruna fundou o projeto #ElasPilotam, um movimento dedicado às apaixonadas pelo motociclismo
"Sempre intitulei como um movimento por ser algo livre, aberto e que todas as mulheres podem fazer parte, seja pilotando ou na garupa", explica a motociclista. No Instagram, Bruna Wladyka possui 16 mil seguidores. Já a hashtag #ElasPilotam tem mais de 40 mil publicações
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"Tenho uma felicidade imensa em dizer que mulheres do Brasil inteiro usam a hashtag e vestem a causa do movimento feminino dentro do mundo duas rodas"
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Segundo dados do Denatran analisados pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) a taxa de mulheres que tiraram a CNH na categoria saltou 89% em oito anos, representando 7,5 milhões de motociclistas brasileiras em 2019
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Em 2017, Bruna foi uma das responsáveis por resgatar o primeiro Muro da Morte da América Latina, uma tradição centenária nas quais as motos andam nas paredes 90º
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"Eu acho que a gente balançou as estruturas do motociclismo. O #ElasPilotam tem o papel de conectar mulheres apaixonadas por motocicleta, mostrando que elas também são consumidoras e não devem ser discriminadas" , conta Bruna, que entrou para o mundo do motociclismo trabalhando na produção de eventos e direção de arte
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"Foi aí que eu mergulhei de cabeça na história do motociclismo e percebi o quanto as mulheres fazem parte dela", explica Bruna, relembrando mulheres como Margaret Gast e Olive Harger, as primeiras motociclistas a pilotarem no Muro da Morte em 1914. Elas formavam equipes femininas com nomes como "Mile a Minute Girls", "Speed Queens" e "Danger Dames", em atrações nas quais se mostravam tão corajosas quando os motoqueiros. Segundo conta Bruna, algumas delas se vestiam de homens ou fugiam com o circo para poderem se apresentar
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"Temos que pensar que elas foram muito corajosas para a época e quebraram todos os padrões"
A brasileira Carolina Ortega, de 30 anos, tem quase 100 mil seguidores no Instagram e compartilha seu dia a dia em uma profissão dominada por homens: ela vive nos Estados Unidos há mais de dois anos e ganha a vida como caminhoneira