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Em tempos de guerra entre Rússia e Ucrânia, o governo ucraniano informou que soldados russos cavaram trincheiras ao redor da Usina de Chernobyl
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A área é conhecida como Floresta Vermelha e tem elevado índice de contaminação pela radiação da maior tragédia nuclear da história: o acidente de Chernobyl.
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Um funcionário de Chernobyl disse que os soldados não usavam qualquer proteção e, portanto, ficaram expostos à poeira radioativa que pode causar graves doenças.
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O acidente foi à 1h 23 minutos e 47 segundos da madrugada de 26/4/1986, em Pripyat, na então União Soviética, sede da Usina de Chernobyl. Esta cidade fica na Ucrânia (na época membro da URSS e agora alvo da guerra da Rússia).
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O reator 4 (como este da foto, que era o número 1) explodiu, durante um teste de segurança, matando dois trabalhadores que operavam a unidade. Um incêndio durou quatro dias.
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A explosão deixou o reator nuclear exposto e o incêndio jogou uma grande quantidade de partículas radioativas na atmosfera.
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O vento espalhou a radiação por milhares de quilômetros, alcançando até mesmo os Estados Unidos e o Canadá, a mais de 7 mil km de distância.
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Apesar do risco de morte e de doença para as pessoas, a ditadura soviética tentou esconder o acidente. Os suecos foram os primeiros a alertar a comunidade internacional de que algo estava errado.
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Pressionado por questionamentos sobre a elevação do nível de radiação em vários países, o governo soviético assumiu o acidente.
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A população de Pirpyat só começou a ser evacuada 36 horas depois da explosão. Ficou todo este tempo exposta na zona de maior risco de contaminação, até que o governo enviasse 1.200 ônibus para a retirada das pessoas.
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Os 50 mil habitantes foram orientados a deixar os animais domésticos e os alimentos. Estoques inteiros das lojas ficaram inutilizados.
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Brinquedos de um parque de diversões - que seria inaugurado 4 dias após o acidente - viraram ruínas sem nem mesmo terem sido utilizados.
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Uma zona de exclusão (foto) foi criada num raio de 30 km de distância da usina, área que passou a ter acesso proibido, exceto para credenciados. Essa área ficará inabitável por pelo menos 3 mil anos.
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Além do risco de doença física com a radiação, as pessoas ficaram traumatizadas pela mudança repentina de vida, deixando tudo que tinham para trás. Casas foram abandonadas com tudo dentro.
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Os locais mais atingidos pela radiação foram a Ucrânia, Bielorússia e Rússia.
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Não se sabe quantas pessoas morreram em consequência do acidente de Chernobyl além dos dois operadores que estavam diretamente envolvidos e 29 que morreram logo depois. Estudo da ONU estima 16 mil mortos pela contaminação na Europa.
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Até 2005, 6 mil crianças desenvolveram câncer de tireoide por causa da radiação. Famílias faziam tratamento e levavam as crianças para atendimento médico a convite de governos estrangeiros.
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O desastre foi causado por erros humanos na operação e nos procedimentos de segurança do reator.
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Os restos do prédio do reator 4 foram colocados na
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O objetivo do sarcófago é reduzir a dispersão dos restos de poeira e detritos radioativos.
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Um monumento foi criado, com mãos erguidas, em homenagem às vítimas da tragédia nuclear.
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A construção do sarcófago e as medidas tomadas para conter o avanço da radiação (apagar incêndios, limpar terrenos, retirar material radioativo) ficaram a cargo de bombeiros e voluntários chamados de liquidadores, considerados heróis. Na foto, medalha concedida a eles.
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Eram milhares de liquidadores, pois precisavam se revezar para retirar material radioativo, ficando o mínimo de tempo possível em exposição.
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Parte do trabalho era feita pelo ar, com lançamento de produtos para uma tentativa de descontaminação.
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E parte do serviço, que exigia muita coragem, era desempenhada em terra, com atividades para reduzir o volume de material radioativo.
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Muitos morreram em consequência de doenças causadas pela radiação. Na foto, exposição de fotos de liquidadores que não resistiram.
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Os liquidadores também são lembrados em monumentos, como este na Ucrânia.
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As pessoas expostas à radiação que sobreviveram sempre precisam de cuidados médicos e acompanhamento. Muitas se aposentaram por causa da radiação. Na foto, Veteranos de Chernobyl, sobreviventes da tragédia.
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Como muitas pessoas adoram um perigo, a zona de exclusão tornou-se turística. Desde 2010, o governo faz medições constantes das emissões radioativas. Quando o índice está baixo, o acesso de visitantes é liberado.
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As pessoas usam medidores de radiação o tempo inteiro. São obrigadas a usar roupa que cubra todo o corpo e máscara. Na saída, precisam retirar a roupa e jogar fora no lixo.
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O turista também é instruído a não comer nada na zona de exclusão. Pode levar água, mas beber rapidamente, sem deixar a garrafa aberta à toa. Não há banheiro.
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