Karen perdeu um de seus filhos por afogamento há 15 anos
Arquivo Pessoal/Karen CohnKaren Cohn, uma mãe de Connecticut, nos Estados Unidos, transformou o luto pessoal em uma missão de vida para ajudar outras famílias. Segundo informações do Good Morning America, Karen perdeu um de seus filhos, há 15 anos, morto por afogamento.
E, depois de todo esse tempo, conseguiu canalizar a dor em ajuda, ensinando outros pais sobre os cuidados a tomar quando estão perto do mar, de piscinas ou de lagos para evitar uma tragédia.
Dados do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention, na sigla em inglês) revelam que, nos Estados Unidos, o afogamento é a principal causa de morte de crianças entre 1 e 4 anos. E a segunda para crianças de 1 a 14 anos.
Essa tragédia ocorreu com o segundo filho de Karen, Zachary, que adorava brincar na água e ficava sempre muito feliz, segundo ela, quando podia ficar na piscina. Ele tinha 6 anos, em 2007, quando a família se mudou para uma casa nova.
"A casa tinha uma piscina, era tudo novo, as cercas eram adequadas e estavam no lugar e havia alarmes nas portas que levavam para o lado de fora. Mesmo assim, nós sempre ficávamos de olho quando as crianças nadavam", disse Karen ao Good Morning America.
“Infelizmente, não tínhamos ideia sobre armadilhas de dreno, não sabíamos que isso poderia causar risco em uma piscina. A gente nunca tinha ouvido falar nisso antes", contou a mãe.
Os drenos são parte do sistema de filtragem da piscina e ajudam a água a circular, além de mantê-la limpa. Porém, se a tampa do dreno se soltar ou não estiver bem presa, pode causar acidentes.
"A tampa de um dos drenos ficou frouxa e Zachary acabou ficando preso ali, debaixo d'água, e não conseguimos perceber a tempo de socorrê-lo", disse Karen. "Quando finalmente notamos o que ocorria, eu sabia que a única forma de libertá-lo dali seria desligando a energia geral, e fiz isso. Conseguimos soltá-lo, mas era tarde demais", completou.
A família, como se pode imaginar, ficou arrasada. Mas essa profunda dor acabou sendo o motor para que Karen e seu marido se dedicassem a ajudar outras famílias a prevenir esse tipo de acidente. No ano seguinte, eles cocriaram a The ZAC Foundation, em homenagem à memória de seu filho.
A organização é "dedicada a melhorar a segurança em ambientes aquáticos e levar informação e um programa efetivo de prevenção de risco para crianças e suas famílias", segundo o site da fundação. Karen também lançou um podcast, em 2021, chamado Keeping Kids Safe ("mantendo as crianças a salvo", em tradução do inglês), na tentativa de levar conhecimento para mais pais e mães durante a pandemia.
Hoje, ela se dedica a educar famílias e o público em geral sobre como se divertir com as crianças em piscinas, lagos e no mar sem risco para ninguém.
"A gente sempre repete que não é falta de supervisão. Os pais são ocupados e, especialmente na pandemia, em que todo mundo estava trabalhando de casa, pode ocorrer uma falha nessa supervisão", diz Karen.
"Queremos apenas lembrar aos pais que reflitam sobre isso, especialmente quando começa a esquentar e é normal querer passar mais tempo com as crianças em brincadeiras na água."
Karen elaborou algumas dicas sobre o assunto para ajudar a proteger pais e filhos de tragédias como a que ocorreu com ela; veja abaixo:
— Converse com as crianças para garantir que elas não brinquem na água em áreas sem supervisão de adulto.
— Não tire os olhos das crianças. Se seu filho não sabe nadar, redobre o cuidado.
— Se possível, coloque nas crianças um colete salva-vidas apropriado para atividades na água e converse com eles sobre como se sentem quando entram na água sem o colete, se se sentem seguros ou não.
— Remova todos os brinquedos da piscina quando ela não estiver em uso, para não atrair as crianças em um momento em que os adultos não estejam por perto.
— Esvazie as piscinas infláveis e baldes quando não estiverem em uso.
— Instale alarmes que indiquem quando as portas que dão para a piscina e áreas externas forem abertas.
— Ensine as crianças a nadar apenas quando houver adultos supervisionando.
— Na praia, não entre no mar se houver avisos de que as condições não estão boas para nadar.
— Crie um plano de segurança na água para você e sua família, exatamente como você faria no caso de um incêndio, por exemplo. E mantenha o telefone sempre por perto, para pedir ajuda se necessário.