Gabi Murad inspira seguidores com rotina de emagrecimento e luta contra a depressão
Fotos de Arquivo pessoalO ano acabou de começar e é hora de tirar alguns planos do papel ou simplesmente concluir aqueles iniciados em 2022. Esse é exatamente o caso de Gabriela Murad. A jovem, de 20 anos, está bombando no TikTok, onde já tem quase 100 mil seguidores, por compartilhar a rotina de emagrecimento. Ao R7, a estudante de psicologia conta que iniciou o projeto em setembro do ano passado, com 111,8 kg, e tem o objetivo de chegar aos 70 kg, pela segunda vez.
"Não nasci uma criança obesa, mas com o decorrer dos anos fui crescendo e adquirindo mais peso. Como não era uma criança magra, sofria porque nunca conseguia usar as mesmas roupas que as minhas amigas usavam. Também não me achava bonita porque cresci com as pessoas falando: 'Seu rosto é lindo, você só precisa emagrecer'. Então, a vida inteira associei magreza a beleza", lembra.
As dietas começaram cedo na vida de Gabi, não apenas por estética, mas por saúde. "Com 7 anos, comecei a ter muita alergia, sou uma pessoa altamente alérgica. Meus pais me levaram ao médico e descobrimos que estava relacionado ao sobrepeso. Fizemos algumas experiências e, de fato, percebemos que minhas dermatites melhoravam bastante quando eu tirava o glúten e a lactose."
Embora saiba, desde pequena, que as dietas eram benéficas para a saúde, ela revela que com o passar dos anos começou a usar a comida como refúgio para lidar com os problemas emocionais. "Amo comer, sempre gostei. Eu comia porque estava muito triste e isolada. Toda vez, sentia como se a comida me abraçasse em momentos de vulnerabilidade e medo", conta.
"Em 2018, me mudei de São Luís, no Maranhão (cidade natal), para São Paulo com a minha família. No começo, foi muito difícil porque tive de realmente mudar a minha vida... Fui para outra escola, deixei meus amigos, alguns familiares em que eu era bem apegada e eu caí na comida. Nessa época, atingi os 90 kg, meus pais me levaram ao endocrinologista, que percebeu que eu estava com alguns sinais de muita tristeza, sem forças para lutar e me encaminhou para a psiquiatra. Chegando lá, ela me diagnosticou com depressão e ansiedade", relembra.
A estudante tentou fazer algumas dietas, mas preferiu focar a saúde mental. "Não foquei a alimentação, mas foi muito louco, porque nesse período não emagreci, mas também não engordei. Estava controlando minha depressão e consegui manter meu peso."
Quando, finalmente, se acostumou com a nova rotina, ela recebeu a notícia de que a família inteira voltaria para São Luís e isso foi um baque enorme. "Fiquei muito triste porque eu amo São Paulo, tinha me encontrado. No último mês que eu fiquei lá, em dezembro de 2019, engordei 12 kg e cheguei aos 105 kg. Voltei durante as férias, muito isolada e triste... Não sabia por onde começar. Eu vivia em função da comida. Também estava com várias marcas escuras no corpo porque minha insulina estava muito alta."
Passados três meses da mudança para a cidade natal, a jovem decidiu que era hora de controlar as rédeas. Em março de 2020, ela decidiu se matricular na academia uma semana antes do fechamento dos estabelecimentos pela pandemia de Covid-19. "Quando vi as manchas no meu corpo, vi que precisava mudar. Eu não me reconhecia, não me olhava no espelho, não sentia vontade de me arrumar, de sair... Só comia escondido."
Apesar do isolamento e de não conseguir seguir os treinos, Gabi decidiu fazer um acompanhamento endocrinológico. "Na época, minha médica me prescreveu um remédio usado no tratamento de diabetes tipo 2, tomei por três meses e continuei fazendo dieta. Com quase sete meses de tratamento, consegui perder 35 kg. Estava me sentindo muito bem comigo mesma porque tinha chegado à minha meta."
Vale alertar que muitos médicos prescrevem o remédio para diabetes em tratamentos de perda de peso. Entretanto, a medicação não tem indicação aprovada pelas agências regulatórias nacionais e internacionais para controle de obesidade ou sobrepeso.
Além disso, a estudante fala sobre a importância de aliar o medicamento com o tratamento psicológico. "Cheguei aos 70 kg, mas não consegui manter, também porque estava sem fazer terapia. Em menos de cinco meses, engordei 40 kg e cheguei ao meu maior peso, 111,8 kg. Foi muito rápido", relata.
"Eu ainda tentei voltar a tomar o remédio, mas não funcionou porque o problema não era o medicamento... Eu precisava tratar a minha compulsão alimentar. Nessa época, engordava de uma forma que me deixava desesperada, mas isso tudo porque eu precisava cuidar da minha cabeça."
Os meses foram passando até que em setembro de 2022 ela decidiu tentar mais uma vez. "Eu não podia mais ficar daquele jeito. Ficava na cama o tempo inteiro, mal tomava banho porque tinha preguiça de cansar para lavar o cabelo. Estava muito mal e resolvi tentar de novo."
"Novamente, fui atrás de tratamento psicológico e psiquiátrico. Fui no endócrino, nutricionista e comecei a fazer balé. Sempre digo que o balé me salvou porque era uma atividade que eu amava fazer. Agora, estou só na academia, com a ajuda de uma personal trainer, fazendo musculação e exercícios cardiorrespiratórios. Também estou gostando bastante", declara a jovem.
Com tanto suporte e rede de apoio, Gabi decidiu compartilhar a rotina de atividades físicas nas redes sociais, como uma forma de compromisso com quem a acompanha. "Venho usando o TikTok como uma espécie de diário. Criei essa tática de vídeo para não desistir da minha dieta e também para ver todo o meu progresso. Fiz esse trato comigo mesma e passei a postar todos os dias, de domingo a domingo."
Segundo ela, esse compromisso está sendo perfeito para manter a constância no emagrecimento. No momento, a jovem está na metade do caminho, com menos 22 kg. O objetivo de Gabi continua sendo chegar aos 70 kg.