Na contramão de Marie Kondo, especialista em organização pessoal que se tornou um fenômeno na web, a terapeuta profissional KC Davis faz sucesso nas redes sociais ao defender a "casa bagunçada". A influenciadora conta com 1,5 milhão de seguidores e dá dicas práticas para manter as tarefas domésticas e a saúde mental em dia.
Ela começou a divulgar as dificuldades para equilibrar a própria saúde mental e os cuidados domiciliares durante a pandemia, quando o segundo filho dela nasceu. Em entrevista ao jornal The Washington Post, ela disse querer que as pessoas parem de cuidar da casa e comecem a criar uma casa que cuide delas.
Casa funcional
A terapeuta acredita que a funcionalidade de uma casa é melhor do que um ambiente superlimpo, porque permite que as pessoas vivam e operem de forma confortável, sem se encaixar na definição de "limpa" de outra pessoa. "Espaço é só espaço. Quero abandonar a ideia de 'desempenho' nas tarefas domésticas", afirmou.
Reduzir as tarefas para deixar o espaço habitável
A influenciadora deu dicas para as pessoas que não conseguem cuidar nem do mínimo do ambiente onde elas moram. KC Davis disse que, caso a pia e as bancadas estejam sempre cheias, identificar as "tarefas fechadas" é importante.
Para ela, escolher de uma a cinco coisas para realizar todos os dias e não se preocupar com mais nada pode ajudar a deixar os espaços habitáveis de forma rápida.
Reduzir as tarefas apenas em lixos, pratos, roupas, coisas com um lugar e sem lugar pode diminuir a sobrecarga das pessoas e aumentar a coragem de lidar com as bagunças sem se sentir mal. Isso faz com que elas arrumem a casa aos poucos, sem enfrentar uma tarefa longa logo de início. Para ela, começar pelo lixo é ótimo.
Tarefas dispensáveis
Davis explicou que é importante reavaliar as tarefas que não têm tanta necessidade e são dispensáveis, como aspirar a casa todos os dias ou dobrar as roupas antes de guardá-las.
Ela disse que sempre que faz a pergunta: "Será que realmente afeta meu funcionamento se, tipo, tiver um pouco de sujeira e poeira no chão?", alguém responde que não consegue não enxergar a sujeira.
Porém, para ela, é bom avaliar se as pessoas mantêm as coisas em ordem para o controle da ansiedade, por exemplo, já que existem métodos melhores de enfrentamento.
Estratégias intuitivas e diálogo
Para a terapeuta, é bom se concentrar em resolver os problemas onde eles aparecem, já que não dá para mudar toda a forma de limpeza da noite para o dia.
"Se os membros da sua família deixam os sapatos numa grande pilha na porta da frente, não exija que todos coloquem os sapatos numa prateleira dentro do armário. Em vez disso, escolha uma estratégia que pareça mais intuitiva, como colocar uma cesta para guardar sapatos onde a pilha geralmente se forma", explicou ela.
Ela ainda disse que, se alguma pessoa da casa estiver relutante em colaborar, o diálogo é importante: "Temos que ter uma conversa, e que todo mundo concorde em vir à mesa e conversar a respeito".
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