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O sal que vegano não vê

No dia mundial do rim, um alerta para o excesso de sal nos alimentos "plant-based" industrializados

É de comer|Do R7

Ele está lá, aglutinado na almôndega ecologicamente correta. No meio das fibras do hambúrguer que parece de carne. Envolvendo a salsicha vegetal. Se os alimentos veganos chegaram para ficar na indústria alimentícia, como tendência da próxima década, o sódio vem ao lado, a galope.

E o nosso rim sofre.

Em países desenvolvidos e em desenvolvimento, a doença renal crônica é um dos grandes responsáveis pelos custos aos sistemas de saúde. O crescimento anual de diálises é de 6% a 12% nas últimas duas décadas, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Hoje é o dia mundial dedicado a esse órgão que filtra todas as porcarias que ingerimos diariamente. Nada mais justo do que um alerta aos que se renderam à moda vegana embalada pronta para consumo. Uma pesquisa publicada essa semana pela associação britânica "Action on Salt" revela a quantidade assustadora de sódio presente em alguns produtos e receitas de redes de comida vegana, na Europa.

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A maioria dos pratos analisados tinha 6 gramas ou mais de sódio na composição - a quantidade máxima que um adulto pode ingerir por dia.

Exemplos: a rede de pizzaria "Papa John's" oferece aos clientes que buscam uma alimentação saudável, uma pizza média com 9.28g de sal - mais do que há em 7 hambúrgueres do McDonald's.

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Um prato de Curry de Couve Flor e abóbora servido em uma franquia de comida vegana tinha mais sal do que 19 filés de anchova (aqueles, tipo aliche que dói até o céu da boca de tão salgada).

Um macarrão à bolonhesa vegetariano da cadeia de restaurantes “Bella Italia” tinha o equivalente em sal a 23 sacos de chips. Imagine, só, comer 23 sacos de salgadinho por refeição!

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Só de pensar, já tive uma crise renal.

No Brasil, não é diferente. Basta ler as embalagens nas gôndolas dos supermercados ou pedir as informações nos balcões das redes de fast-food. Um hambúrguer de uma grande multinacional de alimentos tem na sua versão “veggie” 490mg de sódio a cada meio pedaço, enquanto que na versão bovina, esse valor cai para 55mg.

A indústria viu o nicho de mercado, reconheceu o problema da emissão de carbono na cadeia de produção de carnes em geral, mas ainda falha em achar soluções realmente saudáveis em larga escala, para que as pessoas troquem animais mortos por produtos à base de plantas.

O discurso é bela viola, mas os rótulos revelam um pão bem bolorento.

Siga o É de Comer no instagram @ehdecomer e conheça um pouco mais sobre gastronomia e alimentação sustentável.

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