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Pietra Bertolazzi se defende após polêmica sobre feminicídio

Diretora da escola de beleza do Fundo Social do governo de São Paulo diz que não se expressou bem ao pedir a defesa de homens vítimas da violência

Blog da DB|Do R7 e Deborah Bresser

Pietra atua na escola de beleza
Pietra atua na escola de beleza Pietra atua na escola de beleza

Diretora da escola de beleza do Fundo Social do governo do Estado de São Paulo, Pietra Bertolazzi se meteu em uma polêmica daquelas.

No Twitter, ela fez uma postagem em que relativiza os números de feminicídio no Brasil, comparando as mortes de mulheres por questões de gênero com os homicídios em geral. Pietra diz que apenas 8% do total de homicídios vitimaram mulheres e fala que o dobro de homens são vítimas de violência doméstica. Ao final, pergunta: "quem vai defender esses homens vítimas de suas cônjuges".

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Em entrevista exclusiva para o R7, Pietra garante que não precisa ser uma "feminista ativista" para fazer o bem para as mulheres. Sobre sua postagem, disse que não conseguiu se expressar muito bem. "Sou a favor do ser humano. Há muitos homens que morrem por violência doméstica e crime passional. Eu quis mostrar a importãncia da vida dos homens também", explicou. 

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À frente da escola de beleza, Pietra diz que está fazendo um trabalho de capacitação de mulheres em áreas carentes e penitenciárias, além de ajudar no encaminhamento delas no mercado de trabalho. Mas se recusa a se definir como 'feminista'.

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"Eu não gosto de títulos. Se ser feminista é lutar pelas mulheres eu até poderia ser, mas faço isso por todo mundo. Minha causa não só com as mulheres, sou a favor da igualdade de direitos de todo mundo, de negros, gays, crianças. A igualdade da mulher não exclui outros pontos de vista. Hoje eu trabalho para beneficiar mulheres, mas posso fazer isso para trans, para homens. Eu trabalho pelo ser humano", garante. 

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Pietra Bertolazzi está arrependida de ter postado seu tuíte, pois diz que não queria ter ofendido nem magoado ninguém. 

"Eu acho que temos de lutar contra a violência como um todo. Esse sempre foi meu posicionamento, quis falar da importância da vida dos homens também. Me arrependo porque nunca quis magoar ninguém, não quero desmerecer ninguém, nem queria ter agredido dessa forma. Eu quis chamar a atenção para a violência em geral. As pessoas que me seguem me entendem, mas fui super atacada, agredida, por quem nem não me conhece, não sabe o que já fiz. Gostaria de ter explicado isso melhor, que estava falando da defesa do ser humano. Larguei tudo o que fazia, trabalho como nunca trabalhei na vida, e faço tudo o que posso para ajudar. As pessoas não sabem como meu dia a dia é." 

A polêmica postagem
A polêmica postagem A polêmica postagem

Pietra Bertolazzi admite que não parou para pensar que ao expor seu pensamento nas redes se depararia com pessoas com outro posicionamento político e social.

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"Em um cargo público, tenho que entender que vou atingir muita gente que não tem afinidade comigo. Tem muita gente me defendendo também, algumas pessoas conseguiram enxergar o meu ponto de vista", acredita. "Foi um aprendizado."

Pietra garante que é uma mulher normal, que trabalha, divide as contas, e abraça "as questões como um todo".

A postagem de Pietra foi feita há duas semanas, após uma reunião que teve com a historiadora Taís Azevedo, mas a repercussão explodiu nesta terça-feira (12).

"Não acho que preciso me posicionar como feminista para ajudar as mulheres, poderia estar fazendo para outras pessoas", reforça. No momento, ela se dedica a fazer o trabalho de cursos de beleza para capacitação de presas. 

Um abaixo-assinado online no Avaaz pede o afastamento de Pietra de seu cargo no governo. Seu chefe, Felipe Sabará, saiu em defesa da ex-DJ, dizendo que ela tem executado um bom trabalho à frente da escola de beleza.

"Tem dois abaixo-assinados me apoiando também", garante Pietra. "Eu me solidarizo com todo mundo que sofre. Toda causa de sofrimento é uma causa." 

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