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Sindicato: você não é a voz dos entregadores de app. Aceite!

Pesquisa aponta que 70% dos entregadores de aplicativos preferem o sistema atual de trabalho e não querem carteira assinada, mas sindicato não aceita

Patricia Lages|Do R7

Entregadores de APP pelas ruas de São Paulo
Entregadores de APP pelas ruas de São Paulo Entregadores de APP pelas ruas de São Paulo

É típico dos ditadores enrustidos dizer que as pessoas não querem o que eles ditam porque não têm capacidade para “entenderem seus direitos”. Além de subestimar seus próprios associados, o sindicato não aceita que os entregadores de aplicativo têm direito de escolha e finge não ver que estão longe de representar a categoria.

Prova disso é a baixíssima adesão à terceira tentativa de greve ocorrida na última sexta-feira (25). O “Breque dos Apps” não aconteceu nem mesmo na mente fantasiosa da meia dúzia de gatos pingados que se plantaram nas portas de alguns shoppings, pois ate eles acabaram debandando e voltando ao trabalho.

Outra questão é que, no início do ano, a ação civil pública que exigia vínculo empregatício para os entregadores do iFood foi negada. Chega a ser um contrassenso querer descaracterizar o trabalho autônomo, porém, de alguma forma, isso faz sentido na cabeça dos que adoram vitimizar os outros e posarem de defensores dos fracos e oprimidos.

A verdade – comprovada com números e não com “achismos” – é que 70% dos entregadores preferem que o modelo de trabalho continue sendo exatamente como é, dando a eles a flexibilidade de atender clientes por meio de diversos apps. A pesquisa foi realizada pelo Ibope nos dias 17 e 18 de julho e ouviu a opinião de mil entregadores.

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Ver que a maioria dos brasileiros está entendendo que podem ser donos do seu tempo e do seu ganho, pois têm a oportunidade de serem remunerados de acordo com o seu desempenho, é alentador em meio a tantos gritos vazios.

Mas, mesmo tendo a realidade estampada para quem quiser ver, o presidente do Sindicato dos Motoboys de São Paulo, Gil Almeida, rebate dizendo que quem não adere à ideia de depender deles, quer dizer, quem não apoia a CLT para os entregadores é porque não tem acesso a informações sobre seus direitos.

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Segundo ele, os motoboys que não aceitam o vínculo empregatício e não querem reduzir seu atendimento a apenas um aplicativo e com horário fixo é porque ainda não entenderam que com a CLT eles “trabalharão menos”.

Mas fica aqui a dica: eles entenderam sim. O brasileiro está começando a entender que dinheiro vem de trabalho, logo, quanto mais trabalho, mais dinheiro. E sabe o que mais? Tudo bem quanto a isso! O brasileiro quer trabalhar. Apenas isso. Poder trabalhar e viver do fruto de seu próprio trabalho sem depender de ninguém. Então, entendam, aceitem e não atrapalhem.

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Autora

Patricia Lages é autora de 5 best-sellers sobre finanças pessoais e empreendedorismo e do blog Bolsa Blindada. É palestrante internacional e comentarista do JR Dinheiro, no Jornal da Record.

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