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Colapso social: Brasil bate recorde de jovens 'nem-nem'

Estudo da OCDE aponta o Brasil como segundo país do mundo com maior percentual de jovens que nem estudam, nem trabalham

Patricia Lages|Do R7

Quase 36% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos de idade não estudam nem trabalham
Quase 36% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos de idade não estudam nem trabalham Quase 36% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos de idade não estudam nem trabalham

O levantamento “Education at a Glance 2022”, feito pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), revela que 35,9% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos de idade não estudam nem trabalham, situação classificada como “nem-nem”. Esse percentual é mais do que o dobro da média dos demais países-membros da organização, que, em 2020, era de 16,6%. Nesse quesito, só perdemos para a África do Sul, com 46,2%.

Outro dado preocupante do estudo é que o Brasil também ocupa a segunda pior colocação em relação ao tempo. Mais de 5% dos jovens brasileiros permanecem na situação de não estudar nem trabalhar por mais de um ano, o que os afasta cada vez mais do mercado de trabalho a médio e longo prazos.

Para a OCDE, um jovem sem trabalho e sem nenhuma participação ativa por longos períodos de tempo pode ter uma desmotivação duradoura, causando um impacto negativo tanto no mercado de trabalho quanto nas consequências sociais.

Por outro lado, há pelo menos dois grandes problemas que precisam de solução para promover a diminuição desses índices e evitar um colapso social: a facilitação na contratação desses jovens por meio da desoneração às empresas (que terão de investir em qualificação e treinamento); e a aceitação, por parte dos próprios jovens, das vagas existentes em áreas promissoras, mas que, em geral, não querem ocupar, como prestação de serviços, comércio, construção civil, indústria moveleira e ramos similares.

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Atendendo empreendedores e empresários há mais de 12 anos, posso afirmar que a maior dificuldade de todos, independentemente do ramo de atuação ou do tamanho da empresa, é a contratação de pessoal. Há vagas em quase todas as áreas, porém, além da falta de pessoal qualificado e de incentivos para que as empresas promovam a capacitação necessária, faltam também candidatos dispostos a preencher essas ocupações.

Já estamos testemunhando os resultados de uma educação frouxa, que cede às vontades e desejos dos alunos, em vez de priorizar o desenvolvimento de competências e habilidades para a vida prática. Se uma proporção tão grande de pessoas na flor da idade — que deveriam estar com todo o gás para ingressar no mercado de trabalho — já está desmotivada, o que podemos esperar para os próximos anos? Se nada mudar, certamente teremos um colapso econômico-social sem precedentes. Resta saber o que os governos estão dispostos a fazer para evitar mais uma tragédia anunciada.

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