Quando estudei administração e marketing, aprendi que o conceito básico de administração é “organizar, planejar e gerir recursos e processos para alcançar os objetivos de uma organização”, enquanto o marketing “consiste na ciência de criar e entregar valor para satisfazer as necessidades do público”.
Porém, independentemente das definições acadêmicas, tive o privilégio de ter professores que me ensinaram o principal fundamento dessas duas disciplinas: servir. Mais tarde, já na área da comunicação, vi que a função dessa profissão também se fundamenta na mesma palavra. E, se pensarmos de forma mais ampla, vamos concluir facilmente que, qualquer que seja a carreira profissional escolhida, tudo se resume ao mesmo verbo: servir.
E é aí que começamos a entender o porquê da queda de qualidade na prestação de serviços, da falta de comprometimento vista em todas as áreas e da derrocada do atendimento ao cliente, no qual, nós brasileiro, sempre sobressaíamos devido à simpatia e cordialidade. O problema é um só: quase ninguém quer servir nos dias de hoje.
Nas entrevistas de emprego, os candidatos estão muito mais focados no que as empresas podem oferecer a eles do que naquilo que eles podem oferecer às empresas. O comprometimento, a responsabilidade e o esmero parecem estar fora de moda, e quem ainda se presta a servir é tido como otário, “caxias”, puxa-saco.
Nos dias de hoje, quem faz o mínimo já sobressai. Ao contrário do que aprendi, hoje em dia nem sequer é necessário chegar antes do horário e fazer mais do que a função estabelece. Atualmente, quem não chega atrasado parece estar fazendo um grande favor, e quem apenas cumpre com suas obrigações já merece um “muitíssimo obrigada”.
Nos próximos anos, a geração mais fraca emocional e mentalmente da história da humanidade vai assumir os postos de trabalho sem nem ao menos entender o significado que o trabalho tem. São indivíduos que não aprenderam a ser responsáveis por si mesmos, pois possuem uma rede de pessoas que as servem incondicionalmente.
Ainda que não tenhamos o poder de prever o amanhã, não é muito difícil supor que, no que se refere a esse assunto, o futuro não será dos mais promissores, infelizmente.