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Análise: Marxismo para vocês, capitalismo para mim

Cofundadora do Black Lives Matter deixa a direção do movimento após críticas sobre seu patrimônio milionário

Patricia Lages|Do R7

Manifestantes em Nova York, em 2020, durante o movimento Black Lives Matter
Manifestantes em Nova York, em 2020, durante o movimento Black Lives Matter Manifestantes em Nova York, em 2020, durante o movimento Black Lives Matter

Patrisse Cullors esteve nas manchetes de vários veículos de comunicação nos Estados Unidos nas últimas semanas não por sua atuação como diretora do movimento Black Lives Matter (BLM) – do qual é cofundadora e esteve à frente por seis anos – mas sim, por polêmicas em torno da incompatibilidade de seu patrimônio pessoal.

O movimento, que se apresenta como porta voz dos negros americanos, segue a corrente marxista, de extrema esquerda, que prega o comunismo. Porém, a vida luxuosa de Cullors não parece nada compatível com sua renda e muito menos com sua posição política.

Em 2020, por conta da morte de George Floyd, o movimento tomou as ruas de várias cidades americanas promovendo todo tipo de violência e muito quebra-quebra, chegando inclusive a atear fogo em casas e estabelecimentos comerciais. O descontrole das ações foi tamanho que até mesmo comunidades pobres e comércios de pessoas negras foram atingidos pelos ataques.

Por conta de toda exploração sobre a morte de Floyd, o BLM arrecadou US$ 90 milhões de dólares (mais de R$ 457 milhões na cotação de hoje) em doações que seriam destinadas a comunidades negras em vulnerabilidade social. Porém, o dinheiro não chegou ao suposto destino. Desse montante, US$ 60 milhões foram empregados apenas no pagamento de dívidas administrativas e para cobrir a folha de pagamento dos funcionários.

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Os escândalos envolvendo a “mudança de objeto” das doações incluem também a descoberta de que Patrisse Cullors comprou quatro imóveis de alto padrão, totalizando US$ 3,2 milhões (mais de R$ 16 milhões). Apenas uma das casas, em um bairro chique de Los Angeles, onde há policiamento para defender moradores e suas propriedades particulares, custou mais de US$ 2 milhões. O “defund the police”, promovido pelo BLM e que exige a diminuição das verbas para a polícia, só serve para os bairros pobres, aqueles que ficam bem longe de suas casas de luxo. Além disso, ela realizou um fórum marxista em um resort na famosa praia de Malibu, local reservado apenas aos mais endinheirados da Califórnia, que custou em um único fim de semana mais de R$ 132 mil.

Cullors renunciou ao cargo alegando que irá se dedicar a dois projetos para os quais foi convidada, que seriam o lançamento de um livro e um programa de TV. Segundo ela, é momento de estudar as propostas que, obviamente, incluem excelentes cachês. Sua saída do BLM é totalmente compreensível, afinal de contas, ela vai precisar de muito dinheiro para manter seu novo padrão de vida de luxo e conforto, não é mesmo?

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Que a viabilidade de seus projetos só é possível graças ao capitalismo malvadão é apenas um detalhe. Que ela esteja trocando uma instituição marxista pelo mundo do empreendedorismo é um mero acaso do destino. E que ela pregue uma coisa e viva outra também não vem ao caso. Isso é apenas a máscara de mais uma hipócrita caindo por terra e mostrando ao mundo a real face dos esquerdopatas, também conhecidos como marxistas de Malibu. E você, já fez sua doação hoje?

Autora

Patricia Lages é autora de 5 best-sellers sobre finanças pessoais e empreendedorismo e do blog Bolsa Blindada. É palestrante internacional e comentarista do JR Dinheiro, no Jornal da Record.

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