Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Análise: Mais alguns boletos para você pagar

Tenha você ficado em casa ou não, tenha conseguido trabalhar ou não, esteja passando necessidade ou não, há mais boletos para você pagar.

Patricia Lages|Patricia Lages, do R7

Muitos boletos
Muitos boletos Muitos boletos

Para quem ainda não entendeu a gravidade da situação econômica que o país vai ter de enfrentar com o lockdown eterno para “salvar vidas”, vamos analisar alguns dados.

Todos os esforços feitos em torno da reforma da previdência têm o objetivo de economizar cerca de R$ 855 bilhões dos caixas públicos em dez anos. Se isso não fosse feito, faltaria dinheiro para bancar a previdência em um futuro nada distante. Porém, segundo o portal Tesouro Nacional Transparente, os gastos da União no combate à covid-19 passarão de R$ 1 trilhão apenas neste ano. As despesas já pagas estão na casa dos R$ 457,2 bilhões e a previsão de gastos futuros passa dos R$ 587 bi.

A conta é simples: o que levaria mais de dez anos para economizar foi gasto em questão de poucos meses. O estado de calamidade pública fez com que as despesas do governo explodissem, mesmo assim, há algo que muitos brasileiros ainda não entenderam: o governo não produz nada, não gera riqueza, não faz dinheiro, o governo só gasta. Quem banca o governo somos nós e não o contrário. É como disse Margaret Thatcher: “Não existe essa coisa de dinheiro público, existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos”.

Enquanto isso, políticos inescrupulosos usam a infantilidade política de muitos brasileiros que acham que é só imprimir mais notas e tudo será resolvido. 

Publicidade

Qualquer político que não sabe disso não deveria estar na política e todos aqueles que sabem, mas fingem não saber, certamente não merecem o seu voto. É como se uma criança quisesse um brinquedo caro que os pais não podem comprar, mas sugere que eles “passem o cartão”.

Pais responsáveis explicam à criança que isso não adianta, porque depois vem uma fatura que não poderá ser paga e toda a família poderá passar necessidade. Pais que preferem não ter trabalho, concordam com a criança só para fazê-la parar de gritar, mas não a atendem, apenas jogam a promessa de um dia para o outro até que ela esqueça. E há aqueles pais tão infantis quanto os filhos, que entram de cabeça na fantasia, estouram o orçamento e colocam a família toda em risco.

Publicidade

Além dos gastos necessários, todos nós também teremos de arcar com muitos outros, desde despesas com hospitais de campanha que nem chegaram a ser inaugurados, passando pela compra de materiais inúteis ou de baixa qualidade que foram parar no lixo, até os roubos e as fraudes escandalosas, com direito a superfaturamentos de todos os lados. E como se isso fosse pouco, no estado de São Paulo ainda corremos o risco de arcar com uma despesa inexplicável: a compra de uma vacina que ainda nem sequer existe.

Enquanto ficamos com a visão comprometida pela cortina de fumaça da obrigatoriedade de vacinação, ninguém fala sobre o detalhe de que a tal vacina ainda nem terminou de ser testada. Mas para o governador o importante mesmo é avançar com a compra, afinal, ele mesmo disse que “comprar é uma coisa, aplicar é outra”. Vivemos para ouvir um absurdo desses...

Para fechar, quem acredita de forma simplória que o governo tem dinheiro para arcar com tudo isso e muito mais, também deve acreditar que para ter tudo o que se quer e muito mais, basta “passar o cartão”. Mas acreditando ou não, ficando em casa ou não, tendo condições ou não, tomando vacina ou não, a fatura sempre chega e nós é quem vamos nos virar para pagar.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.