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Análise: Mais adultos não querem deixar a casa dos pais

Seja por questões financeiras, comodidade ou até Síndrome de Peter Pan, aumenta o número de adultos que vivem com os pais

Patricia Lages|Do R7

Michael Rotondo foi processado pelos pais por se recusar a sair de casa
Michael Rotondo foi processado pelos pais por se recusar a sair de casa Michael Rotondo foi processado pelos pais por se recusar a sair de casa

Em 2018, os americanos Christina e Mark Rotondo processaram o próprio filho, Michael Rotondo, de 30 anos de idade, por se recusar a sair de casa. Aos 22 anos, Michael perdeu o emprego e voltou a viver com os pais. Mas, o que seria uma estadia temporária se arrastou por mais de oito anos.

Incomodados com a presença do filho que não trabalhava, não colaborava com as despesas e nem ajudava nas tarefas domésticas, o casal enviou cinco notificações de despejo, mas Michael perdeu todos os prazos. Em uma delas, os pais registraram a doação de US$ 1.100 (cerca de R$ 5.900) para as despesas com a mudança.

Porém, Michael gastou todo o dinheiro e permaneceu na casa, o que fez com que seus pais o processassem na justiça. No tribunal, ele afirmou que não “teve tempo suficiente para encontrar outro lugar” e que, durante os oito anos que esteve com os pais, jamais esperou ter de contribuir financeiramente ou com tarefas domésticas. O juiz não aceitou as alegações de Michael e concedeu a ordem de despejo.

Um estudo do centro de pesquisas Pew Research Center, nos Estados Unidos, apontou que praticamente metade dos americanos entre 18 e 29 anos moravam com os pais antes da pandemia. Em 2020 a porcentagem subiu para 52% e é a maior desde a Grande Depressão, ocorrida em 1929.

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Também é possível constatar uma mudança de comportamento em adultos de mais idade, entre 30 e 40 anos, que também preferem permanecer ou voltar para a casa dos pais. Alguns por comodidade, outros por questões financeiras e, em determinados casos, por apresentarem a chamada Síndrome de Peter Pan, que se refere a pessoas que não querem crescer.

Apesar de diversos artigos psicológicos e psiquiátricos não apontarem isso como um problema, é preciso que essa geração entenda suas responsabilidades nas diferentes fases da vida. E, apesar de haver pais idosos que se beneficiam com a presença dos filhos, no Brasil, a questão financeira pesa muito.

Poucos são os que poupam para a velhice ou que têm uma previdência privada com uma renda mais segura. É preciso que esses “adultos emergentes” entendam que seus pais não são mais responsáveis por seu sustento e que é hora de dar a eles dias mais tranquilos e seguros, não o contrário.

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