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Análise: Agenda 2030 quer redução da produção de alimentos

Obrigação de reduzir emissões de gases pode desorganizar a cadeia produtiva e dar início ao desabastecimento de comida no mundo

Patricia Lages|Do R7

Produção de milho, um dos principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil
Produção de milho, um dos principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil Produção de milho, um dos principais produtos agrícolas exportados pelo Brasil

A Agenda 2030 que, para muitos, não passa de pura “teoria da conspiração”, avança a todo vapor. Trata-se de um plano global para que, na próxima década, tenhamos “um mundo melhor para todos os povos e nações”, segundo o documento.

Em setembro de 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas estabeleceu 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), com 169 metas a serem alcançadas. O evento, ocorrido em Nova York, teve a participação de 193 países.

Essa agenda tem como base “5 Ps”:

- Pessoas – erradicar a pobreza e a fome e garantir a dignidade e igualdade;

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- Prosperidade – garantir vidas prósperas e plenas, em harmonia com a natureza;

- Paz – promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas

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- Parcerias – implementar a agenda por meio de uma parceria global sólida;

- Planeta – proteger os recursos naturais e o clima do planeta para as gerações futuras.

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Apesar de a agenda parecer excelente, há muita coisa por trás, nos bastidores, que jamais será exposta nos palcos para que todos vejam sob as luzes de holofotes. Para nos atermos apenas a uma das ações, a que diz respeito aos recursos naturais e ao clima, a Agenda 2030 quer uma redução acentuada nas emissões de óxido de nitrogênio e amônia em todo o mundo. Mas, vejamos o que isso representa na prática.

A Holanda, com seu atual governo progressista, está alinhada com as propostas da ONU e estuda implantar medidas de contenção que podem levar 30% das fazendas do país à falência. A Suprema Corte da Holanda quer uma redução de até 70% das emissões de gases, o que afetará drasticamente a quantidade de cabeças de gado.

Obviamente, a medida reduzirá – e muito – a quantidade de alimento disponível, elevando os preços e prejudicando justamente os mais pobres. Então, como erradicar a fome com menos comida no mundo? O combate severo ao agronegócio e à pecuária vem com um discurso tão romântico quando absurdo. Afinal de contas, não há como querer alimentar mais pessoas produzindo menos alimentos.

A agricultura 100% orgânica não é capaz de dar conta da demanda e o crescente combate ao consumo de carne deixa ainda menos opções. Ou seja, a conta não fecha. Ainda que o texto bem escrito da Agenda 2030 pareça bem intencionado o suficiente para cumprir tudo o que promete, há muito mais coisas sob a superfície do que as que nos foram apresentadas.

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