Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Meme sobre a volta dos anos 90 prova que não há cringe na moda

Consultora destaca o caráter cíclico do mundo fashion e afirma que referências antigas sempre estão nos looks contemporâneos

Moda|Brenda Marques, do R7

Colar de miçanga é um acessório típico dos anos 90 e está em alta atualmente
Colar de miçanga é um acessório típico dos anos 90 e está em alta atualmente Colar de miçanga é um acessório típico dos anos 90 e está em alta atualmente

Nas últimas semanas, uma rixa entre gerações tomou conta da internet. De um lado estão os millennials, nascidos entre 1980 e 1996. Do outro, está a geração Z, que veio ao mundo entre 1997 e 2010. Essa galera passou a usar a palavra cringe, que pode ser traduzida do inglês como "vergonhoso", para descrever alguns hábitos de seus antecessores. Ou seja: nada mais é do que o novo apelido para tios e tias do pavê.

Listas com atitudes e preferências consideradas típicas dos cringes viralizaram na internet. Dentre elas estão tomar café da manhã, falar "boleto" e gostar dos anos 90. Obviamente, também não faltaram aspectos relacionados ao estilo, como usar calça skinny, cabelo de lado, adorar sapatilha e unha francesinha.

Mas um meme que circulou na internet enquanto rolava esse debate acalorado entre gerações serve para refletir se essa discussão faz sentido, principalmente quando o assunto é moda. "Anos 90 voltando com tudo, calça cintura alta, tamanco, colar de miçanga, crise econômica, serial killer, pânico satânico", diz a publicação.

A consultora de estilo Karina Tânia afirma que não tem cabimento chamar alguém de cringe por causa do modo como essa pessoa se veste. "Não faz sentido. Cada pessoa tem seu estilo e, além disso, a experiência de vida reflete muito no nosso jeito de vestir. A época em que a gente cresceu influencia no jeito de se vestir hoje", pondera.

Publicidade

A moda é cíclica

Calça skinny foi listada como cringe
Calça skinny foi listada como cringe Calça skinny foi listada como cringe

Ela destaca que a moda é cíclica, ou seja, acessórios e roupas de outras épocas sempre voltam a se tornar tendências.

"Hoje em dia, a moda é muito casual. As calças largas estão em alta porque são mais confortáveis e então, as pessoas aderiram a elas durante o isolamento provocado pela pandemia. Mas nunca dá para deixar de lado a moda que já passou", analisa.

Publicidade

Por todos esses motivos, Karina infatiza que nenhuma tendência é inventada. O que existe são combinações de peças antigas com aspectos mais modernos. "A gente usa uma calça skinny com cintura alta, ou uma calça jeans colorida", exemplifica.

"Mesmo que a gente não consiga interpretar referências muito antigas, de outras décadas, elas estão presentes e quem estuda moda sabe disso", acrescenta Karina.

Publicidade

A consultora, inclusive, cita outras tendências típicas dos anos 90 que estão em alta na contemporaneidade, como vestidos de cetim, colar do tipo choker - mais um termo em inglês, que significa gargantilha - e peças que fazem parte do figurino da série Friends.

"Tem gente que até hoje não gosta [de choker], enquanto outros super aderiram. Agora, existem diversos modelos, mas no início, o choker voltou muito como era nos anos 90: de plástico, imitando uma tatuagem", relembra.

"Quase todos os itens de Friends também estão em alta, como jardineiras e os tênis que possuem uma plataforma mais espessa. Então, mesmo que a pessoa não goste da série, acaba usando peças dela sem saber", completa.

Veja também: Visual "camponesa" vira moda em tempos restritos de pandemia

É clichê, mas seja você

Para quem não ousa na hora de compor um look por medo de ser tachado de cringe, Karina deixa um conselho: "A gente tem que encontrar a nossa forma de se vestir. Isso é clichê, mas continua valendo: buscar ser quem a gente realmente é e não se importar com o que as pessoas acham que somos."

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.