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Autocuidado: 84% querem como prática diária, só um terço consegue

Pesquisa realizada pelo IBOPE revela que pandemia afetou a qualidade de vida do brasileiro e aumentou, por exemplo, o sedentarismo

Bem Estar|Hysa Conrado, do R7

Segundo pesquisa, 87% dos brasileiros relacionam saúde à boa alimentação
Segundo pesquisa, 87% dos brasileiros relacionam saúde à boa alimentação Segundo pesquisa, 87% dos brasileiros relacionam saúde à boa alimentação

Se na lista de metas de início de ano você coloca comer bem, praticar atividades físicas e ir ao médico, você faz parte dos 84% dos brasileiros que desejam o autocuidado como prática diária. É o que revela uma pesquisa realizada pelo IBOPE em parceria com a Bayer. 

Mas, para pelo menos um terço dos entrevistados, a frustração vence a disposição no que diz respeito a colocar os propósitos em prática. Com a pandemia, essa realização ficou ainda mais distante, e 25% das pessoas pararam completamente de praticar exercícios.

Pesquisa ouviu duas mil pessoas de todo o Brasil
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É o caso da jornalista Elaíny Carmona, de 24 anos, que não se exercita desde o começo da quarentena. “Tentei continuar em casa e manter um ritmo por um tempo, mas algumas questões entraram na frente, como a falta de espaço em casa e principalmente as psicológicas, como o desânimo causado pelo isolamento social”, conta.

Por outro lado, Carmona continuou cuidando do psicológico por meio da terapia online e aumentou o tempo de leitura depois que entrou para um clube do livro que faz reuniões pela internet. Para ela, o novo hobby foi peça chave para que se sentisse melhor. “Eu também uso artifícios como fazer skincare e hidratação de cabelo como autocuidado, no sentido de tirar um tempo para mim, como uma manutenção da autoestima”, conta.

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Comer salada: sim. Parar de fumar: não

No entanto, a preocupação em manter uma alimentação saudável e se exercitar vai na contramão do que pensa, também, a maioria dos entrevistados para a pesquisa. Para eles, cuidar do corpo e da higiene, além de evitar o cigarro e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, não são atividades associadas ao autocuidado.

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Segundo a pesquisa, 56% das pessoas estão preocupadas em manter um bom funcionamento do sistema imunológico e, assim, diminuir a probabilidade de ficar doente em meio a uma pandemia. Mas, em troca de um prazer momentâneo, acabam 'se esquecendo' de que o alcóol e o tabagismo são causadores de doenças a longo prazo.

É o que explica a psicóloga Mariana dos Reis. “São hábitos que estão num lugar de alívio de estresse e tensão. Por mais que a gente saiba enquanto sociedade que fazem mal, percebemos que o alívio imediato e momentâneo de preocupações passa à frente do autocuidado”.

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Autocuidado não é cobrança%2C é aprendizado.

(Mariana dos Reis, psicóloga)

Para além de bons hábitos alimentares, o ato de se cuidar envolve a prática da reflexão e de perceber necessidades subjetivas em um processo diário. “Mas, como pensar em autocuidado se, no caso de mulheres, principalmente mulheres negras, elas foram socialmente ensinadas a cuidar do outro? Aí nasce o sentimento de culpa e autocobrança. E autocuidado não é cobrança, é necessário ter paciência e se acolher, é aprendizado”, chama a atenção Mariana dos Reis, que é especialista em saúde mental da população negra.

Para psicóloga, mulheres negras têm mais impedimentos para praticar o autocuidado
Para psicóloga, mulheres negras têm mais impedimentos para praticar o autocuidado Para psicóloga, mulheres negras têm mais impedimentos para praticar o autocuidado

A psicóloga explica, ainda, que a prática de um hobby, ou até o mesmo tirar um momento do dia para escutar um podcast ou meditar, são também formas de autocuidado.

“Há hábitos que a pessoa gostaria de colocar no seu dia a dia e acaba se sabotando, às vezes é apenas ler um livro, e ela se culpa por não conseguir, mas os 15 minutos em que passou vendo rede social daria para ter lido um trecho”, diz a especialista. 

Autocuidado em pequenas doses

Entre uma rotina que envolve dez horas no trabalho e mais duas horas de trajeto, a farmacêutica Cleópatra Matos, de 23 anos, encontrou uma maneira de exercer o autocuidado em pequenas doses. O primeiro passo foi praticar a autorreflexão e reconhecer que alguns hábitos não a faziam bem, foi daí que surgiu a iniciativa de diminuir o consumo de cerveja nos finais de semana. 

O tapete para praticar yoga trouxe a motivação que faltava
O tapete para praticar yoga trouxe a motivação que faltava O tapete para praticar yoga trouxe a motivação que faltava

Depois, ela começou a introduzir alimentos saudáveis ao preparar a própria comida. E, por último, adotou a yoga como atividade para exercitar o corpo depois de perceber que não é uma grande fã de musculação.

“Não faço yoga todo dia, quando acordo desmotivada, às vezes eu respeito esse desejo de não querer fazer nada e tudo bem. A dificuldade é criar esse novo hábito de olhar para você com mais amor, mas depois que você começa fica muito mais fácil”, afirma.

De tanto compartilhar as tentativas com os seguidores do Instagram, nasceu um grupo no WhatsApp, onde ela e mais 17 pessoas compartilham um pouco da rotina e tentam não deixar a motivação ir por água abaixo.

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